Caetano Veloso
Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
(História dessa música ) http://qualdelas.com.br/a-banca-do-distinto-2/
Não fala com pobre, não dá mão a preto
Não carrega embrulho
Pra que tanta pose, doutor
Pra que esse orgulho
A bruxa que é cega esbarra na gente
E a vida estanca
O enfarte lhe pega, doutor
E acaba essa banca
A vaidade é assim, põe o bobo no alto
E retira a escada
Mas fica por perto esperando sentada
Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco afinal
Todo mundo é igual quando a vida termina
Com terra em cima e na horizontal
Lavagem Cerebral
Gabriel O Pensador
Racismo preconceito e discriminação em geral
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral
Não seja um imbecil
Não seja um Paulo Francis
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco?
Aliás branco no Brasil é difícil porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda então olhe pra trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura então porque o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou...
Nasceram os brasileiros cada um com a sua cor
Uns com a pele clara outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral
Negro e nordestino constróem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro ao nordestino e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
Um sujeito com a cara do PC Farias
Não você não faria isso não...
Você aprendeu que o preto é ladrão
Muitos negros roubam mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa musica você aprender e fazer
A lavagem cerebral
O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não para pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Qualquer tipo de racismo não se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo é racista mas não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
E se você é mais um burro
Não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você
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Rap da Abolição
Os Metralhas
Eu tenho uma vida diferente da sua
já tive mordomia, mas hoje durmo nas ruas
não quero nem saber que dia é, que horas são
pois eu sou um fruto novo de uma nova geração.
Geração que não pensa, que não sabe o que fazer
quando ver a burguesia tomar conta do poder,
e eu sei que você pensa que estou ficando louco,
talvez o meu futuro seja corda no pescoço,
mas eu não mudo a minha opinião,
eu trabalho, dou duro e ainda me chamam de ladrão.
E se me chamam de ladrão eu boto logo pra correr,
não só aqui, no mundo inteiro negro luta pra viver.
Madame se liga, não pisa mais aqui,
não é porque que eu sou negro você vai pisar em mim,
eu já rodei uma vez, não rodo nunca mais,
não serei ovelha negra na cabeça do meu pai.
E como diz a lei do branco, o negro vai a guerra,
o negro ajudou a construir a nossa terra.
Hoje você discrimina, critica a abolição,
não lembra a pele branca na palma da mão.
Eu canto o rap e faço tudo pra esquecer,
indiferente simplesmente para o mundo não vou ser.
Se hoje não sou mais um vilão pra você,
porque até hoje eu lutei e consegui vencer.
Hoje agente conseguiu vencer os preconceitos, o hip hop ganha prêmio, vende discos, lota show, conquistou na raça o respeito de quem desacreditava da nossa cultura, isso aqui é uma homenagem aos guerreiros que começaram com o movimento aqui no Brasil, isso aqui é dedicado aos guerreiros que ainda vão surgir, fiquem firmes, vamo que vamo que isso aqui não vai parar, certo?
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Negão
Chico César
Negam que aqui tem preto, negão
Negam que aqui tem preconceito de cor
Negam a negritude, essa negação
Nega a atitude de um negro amor
Mas pra todo canto aonde tem você, eu vou
Com o canto do olho lançam setas de indagação
Ainda não sabem, mas sabemos que opressão
É a falta de pressa do opressor pedir perdão
A quem não perdeu tempo e a muito tempo perdôo
Mas nunca esqueceu, não
Eu vou contar pra vocês
Certa história do Brasil
Foi quando Cabral descobriu
Este país tropical
Um certo povo surgiu
Vindo de um certo lugar
Forçado a trabalhar neste imenso país
E era o chicote no ar
E era o chicote a estalar
E era o chicote a cortar
Era o chicote a sangrar
Um, dois, três até hoje dói
Um, dois, três, bateu mais de uma vez
Por isso é que a gente não tem vez
Por isso é que a gente sempre está
Do lado de fora
Por isso é que a gente sempre está
Lá na cozinha
Por isso é que a gente sempre está fazendo
O papel menor
O papel menor
O papel menor
Preconceito
João Gilberto
Eu nasci num clima quente Você diz a toda gente Que eu sou moreno demais Não maltrate o seu pretinho Que lhe faz tanto carinho E no fundo é um bom rapaz Você vem de um palacete Eu nasci num barracão Sapo namorando a lua Numa noite de verão Eu vou fazer serenata Eu vou cantar minha dor Meu samba vai diz a ela Que o coração não tem cor
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O Teu Cabelo Não Nega
Lamartine Babo
O teu cabelo não nega mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega mulata
Mulata eu quero o teu amor
Tens um sabor bem do Brasil
Tens a alma cor de anil
Mulata mulatinha meu amor
Fui nomeado teu tenente interventor
Quem te inventou meu pancadão
Teve uma consagração
A lua te invejando faz careta
Porque mulata tu não és deste planeta
Quando meu bem vieste à terra
Portugal declarou guerra
A concorrência então foi colossal
Vasco da gama contra o batalhão naval
Nega Do Cabelo Duro
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Fricote
Luiz Caldas
Nega do cabelo duro
Que não gosta de pentear
Quando passa na baixa do tubo
O negão começa a gritar
Pega ela aí
pega ela aí
Pra que ?
Pra passar batom
De que cor?
De violeta
Na boca e na bochecha
Pra que?
Pra passar batom
De que cor?
De cor azul
Na boca e na porta do céu
Respeitem Meus Cabelos, Brancos
Chico César
Chegou a hora de falar
Vamos ser francos
Pois quando um preto fala
O branco cala ou deixa a sala
Com veludo nos tamancos
Cabelo veio da áfrica
Junto com meus santos
Benguelas, zulus, gêges
Rebolos, bundos, bantos
Batuques, toques, mandingas
Danças, tranças, cantos
Respeitem meus cabelos, brancos
Se eu quero pixaim, deixa
Se eu quero enrolar, deixa
Se eu quero colorir, deixa
Se eu quero assanhar, deixa
Deixa, deixa a madeixa balançar
Cabelo
Jorge Ben Jor
Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabela
Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabelada...
Quem disse que cabelo
Não sente
Quem disse que cabelo
Não gosta de pente
Cabelo quando cresce é tempo
Cabelo embaraçado é vento
Cabelo vem lá de dentro
Cabelo é como pensamento
Quem pensa que cabelo é mato
Quem pensa que cabelo é pasto
Cabelo com orgulho é crina
Cilindros de espessura fina
Cabelo quer ficar prá cima
Laquê, fixador, gomalina...
Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabelada
Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabelada...
Quem quer a força de Sansão
Quem quer a juba de leão
Cabelo pode ser cortado
Cabelo pode ser comprido
Cabelo pode ser transado
Cabelo pode ser tingido
Aparado ou escovado
Descolorido, descabelado
Cabelo pode ser usado
Bonito e sempre molhado...
Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabelada
Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabelada...(2x)
Cabeluda! Cabeluda!
Cebeluda!
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Oh oh oh oh Soul Power
Oh oh oh oh Soul Power
Oh Oh Oh Oh
Essa história começa mais ou menos assim:
Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemo mostrar pra você (pra você).
Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemo mostrar pra você (pra você).
Somo crioulo doido somo bem legal.
Temos cabelo duro somo black power.
Somo crioulo doido somo bem legal.
Temos cabelo duro somo black power.
Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).
Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).
Branco, se você soubesse o valor que o preto tem.
Tu tomava um banho de piche, branco e, ficava preto também.
E não te ensino a minha malandragem.
Nem tão pouco minha filosofia, porquê?
Quem dá luz a cego é bengala branca em Santa Luzia.
Meu Deus
Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).
Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).
Vai!
Oh oh oh oh Oh oh oh oh Oh oh oh oh
Oh Oh Oh Oh Oh Oh
Essa história se resolve a bateria e voz
Que bloco é esse? Eu quero saber
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).
Que bloco é esse? Eu quero saber?
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).
Somo crioulo doido somo bem legal.
Temos cabelo duro somo black power.
Somo crioulo doido somo bem legal.
Temos cabelo duro somo black power.
Branco, se você soubesse o valor que o preto tem.
Tu tomava um banho de piche, branco e, ficava preto também.
E não te ensino a minha malandragem.
Nem tão pouco minha filosofia, porquê?
Porque?
Em Santa Luzia aiai Meu Deus
Que bloco é esse? Eu quero saber
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).
Que bloco é esse? Eu quero saber?
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).
Oh oh oh oh Oh oh oh oh Oh oh oh oh
Oh Oh Oh Oh Oh Oh
Falas do Povo
Zé Ramalho
Em velhas mansardas, mansões e motéis
Os homens planejam os seus carretéis
Novelos e linhas, labirintos e ruas
As mulheres e luas são pedaços da noite
Vizinhos avisam, prezam seus anéis
O custo da vida, um conto de réis
Apitos de fábrica ressoaram de novo
Alegria do povo é sambar e sonhar
Falo da vida do povo
Nada de velho ou de novo...
Em feiras distantes, romeiros fiéis
Desfiam seu canto, velhos menestréis
Pelejas e lutas, esperanças de novo
Ninguém pede socorro nem se afoga no mar
Mendigos e risos, os ferrões do amor
Novamente os risos, os leões, domador
Acertaram no alvo, acertaram no negro
Descobrir o segredo de sorrir e chorar
Falo da vida do povo
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Gilberto Gil
O branco inventou que o negro
Quando não suja na entrada
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Que mentira danada, ê
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o negro pensava, ê
Mesmo depois de abolida a escravidão
Negra é a mão
De quem faz a limpeza
Lavando a roupa encardida, esfregando o chão
Negra é a mão
É a mão da pureza
Negra é a vida consumida ao pé do fogão
Negra é a mão
Nos preparando a mesa
Limpando as manchas do mundo com água e sabão
Negra é a mão
De imaculada nobreza
Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê
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Gilberto Gil
Zumbi, comandante guerreiro
Ogunhê, ferreiro-mor capitão
Da capitania da minha cabeça
Mandai a alforria pro meu coração
Minha espada espalha o sol da guerra
Rompe mato, varre céus e terra
A felicidade do negro é uma felicidade guerreira
Do maracatu, do maculelê e do moleque bamba
Minha espada espalha o sol da guerra
Meu quilombo incandescendo a serra
Tal e qual o leque, o sapateado do mestre-escola de
samba
Tombo-de-ladeira, rabo-de-arraia, fogo-de-liamba
Em cada estalo, em todo estopim, no pó do motim
Em cada intervalo da guerra sem fim
Eu canto, eu canto, eu canto, eu canto, eu canto, eu
canto assim:
A felicidade do negro é uma felicidade guerreira!
A felicidade do negro é uma felicidade guerreira!
A felicidade do negro é uma felicidade guerreira!
Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu grande terreiro, meu berço e nação
Zumbi protetor, guardião padroeiro
Mandai a alforria pro meu coração
Selvagem
Os Paralamas do Sucesso
A polícia apresenta suas armas
Escudos transparentes, cassetetes
Capacetes reluzentes
E a determinação de manter tudo
Em seu lugar
O governo apresenta suas armas
Discurso reticente, novidade inconsistente
E a liberdade cai por terra
Aos pés de um filme de Godard
A cidade apresenta suas armas
Meninos nos sinais, mendigos pelos cantos
E o espanto está nos olhos de quem vê
O grande monstro a se criar
Os negros apresentam suas armas
As costas marcadas, as mãos calejadas
E a esperteza que só tem quem tá
Cansado de apanhar
Hoje cedo, na rua Do Ouvidor
Quantos brancos horríveis eu vi
Eu quero um homem de cor
Um deus negro do Congo ou daqui
Black is beautiful, black is beautiful
Black beauty so peaceful
I want to a black I want to a beautiful
Hoje a noite amante negro eu vou
Vou enfeitar o meu corpo no seu
Eu quero este homem de cor
Um deus negro do congo ou daqui
Que se integre no meu sangue europeu
Black is beautiful, black is beautiful
Black beauty so peaceful
I want to a black I want to a beautiful
Negro É Lindo
Jorge Ben Jor
Negro é lindo
Negro é lindo
Negro é amigo
Negro também é
Filho de Deus
Eu só quero que
Deus me ajude
A ver meu filho
Nascer e crescer
E ser um campeão
Sem prejudicar
Ninguém porque
Negro é lindo
Negro é amor
Negro é amigo
Negro também é
Filho de Deus
Negro também é
Filho Deus
Preto velho tem
Tanta canjira
Que todo o povo
De Angola
Que todo o povo
De Angola
Mandou preto velho
Chamar eu quero ver
Preto velho dizer
Eu quero ver preto
Velho cantar e dizer
Negro é lindo
Negro é amor
Negro é amigo
Negro também é
Filho de Deus
Negro também é
Filho de Deus
Negra melodia
Jards Macalé
Um, dois e lá vão os três
Negra melodia que vem do sangue do coração,
I Know how to dance, dance like a black young black
American black do Brás do Brasil.
Dance my girl don't cry to stop me
My woman don't cry, cause, everything is gonna be all righ
O meu pisante colorido, o meu barraco lá no morro de São Carlos
Meu cachorro paraíba, minha cabrocha, minha cocota
A minha mona lá no largo do Estácio de Sá
Forget your troubles and dance
Forget your sorrows and dance
Forget your sickness and dance
Forget your weakness and dance, reggae is another bago
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Alegria da Cidade
Margareth Menezes
A minha pele de ébano é...
A minha alma nua
Espalhando a luz do sol
Espelhando a luz da lua
Tem a plumagem da noite
E a liberdade da rua
Minha pele é linguagem
E a leitura é toda sua
Será que você não viu
Não entendeu o meu toque
No coração da América eu sou o jazz, sou o rock
Eu sou parte de você, mesmo que você me negue
Na beleza do afoxé, ou no balanço no reggae
Eu sou o sol da Jamaica
Sou a cor da Bahia
Sou sou você e você não sabia
Liberdade Curuzu, Harlem, Palmares, Soweto
Nosso céu é todo blue e o mundo é um grande gueto
Apesar de tanto não
Tanta dor que nos invade, somos nós a alegria da cidade
Apesar de tanto não
Tanta marginalidade, somos nós a alegria da cidade
***************************************************
Jorge Mautner e Zé Ramalho
Quando os brancos começaram a navegar
Em suas brancas caravelas
Por mares nunca dantes navegados
Não sabiam o que iam encontrar,
Mas bem que dentro de suas cabeças
Haviam sonhos de ouro e de arcas de tesouro
Foram encontrar naquelas terras do além
Do além mar
E os negros em seus navios negreiros
Arrancados lá da África
Da Nigéria e do Congo
E no porão dos navios negreiros
Inventaram a palavra camundongo
E os indígenas
Ah! Os indígenas, quem são?
Mais antigos do que tudo
Do que todos nós
Astronautas, Atlântidas, mongóis
Sei lá... Sei lá...
Eu sei lá...
Mas, quem saberá?
Não há nenhum
Ressentimento
Nem pingo de um outro sentimento
Nas palavras que eu digo
Nas palavras, meu amigo
Somente quem tiver caos dentro de sí
poderá dar luz a grande estrela bailarina!
Não há nenhum desejo de vingaça!
Só quero a paz e a esperança
por cima desse ombros seus
Por cima desses ombros meus
O viajante era um cara que ficava viajando de um lugar pro outro
Sem parar
Até que um dia ele começou a viajar
De um lugar para dentro daquele mesmo lugar
E um viajante é sempre um estrangeiro
É um amante da sua solidão
Ultimamente eu ando sem dinheiro
Mas vai pintar conforme a ocasião
E o profeta ficava que nem louco dentro do seu apartamento sem saber como pagar o aluguel
Sonhando com aquela embriagante sombra do oasis do deserto azul
ninguém é profeta em sua terra
verdade triste esse ditado encerra
E é por isso que o profeta vai embora
Pois ele sabe que chegou a sua hora
E o profeta vai embora
Bem na boca da aurora
Exatamente e justamente nessa vigésima quinta hora
Eu gosto muito de olhar para o céu
A estrala da umbanda é igual a de israel
Viva também a nação muçulmana
Pois somos todos badatuque e babel
Por isso Shalom Shalom
Salamaleicon Maleicon Salaam
Saravá Bolofé
Quero todo mundo muito odara
E com muito muito axé
É que a nossa mãe comum ela é africana
Agora ela é sul-americana
Com Iansã e Iemanjá
E a rainha de sabá
Passará o Céu e a Terra
Pois o que dizem minhas palavras
Não passará
Jesus, O Nazareno, O Carpinteiro
Amai-vos uns aos outros
Atire a primeira pedra aquele que dentre vos nunca pecou
Tudo é divino
Tudo é maravilhoso
Eu gosto tanto
Do Caetano Veloso, Gilberto Gil e esses negros blues
Eu sou dos sambas e dos maracatus
Eu sou dos xotes, dos cocos, dos xaxados e dos blues
E eu também gosto das canções hindus
E também del tango, si, como no?
Pero, so se for a media luz
E também del tango, Carlos Gardel
Gilberto gil e estes negros blues
Gilberto gil e estes negros blues
Gilberto Gil, Tim Maia, Milton Nascimento, Stivie Wonder, Ray Charles, Bob Marley, Jimmmy Cliff, Clementina de Jesus, Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho, Martinho da Vila, Black Out, Jards Macalé, Gasolina, Heitor dos Prazeres, Ataulfo Alves, Lupicínio Rodrigues, Milson Batista, Luiz Melodia, Assis Valente e estes negros, negros blues!!!
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Vá cuidar da sua vida
Itamar Assunção
Vá cuidar da sua vida
Quem cuida da vida alheia
Da sua não pode cuidar
Crioulo cantando samba
Era coisa feia
Esse é negro é vagabundo
Joga ele na cadeia
Hoje o branco tá no samba
Quero ver como é que fica
Todo mundo bate palma
Quando ele toca cuíca
Vá cuidar...
Negro jogando pernada
Negro jogando rasteira
Todo mundo condenava
Uma simples brincadeira
E o negro deixou de tudo
Acreditou na besteira
Hoje só tem gente branca
Na escola de capoeira
Vá cuidar...
Negro falava de umbanda
Branco ficava cabreiro
Fica longe desse negro
Esse negro é feiticeiro
Hoje o preto vai à missa
E chega sempre primeiro
O branco vai pra macumba
Já é Babá de terreiro
Vá cuidar...
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