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O Brasil é um país de peculiaridades e bastante diverso em sua gente e sua cultura. A sua peculiaridade principal reside no fato de ter sido formado originalmente por três raças bastantes distintas: o branco europeu, o negro africano e o índio, que neste lugar já habitava como nativos da região. Elementos da cultura destes três povos se imiscuíram em um só lugar, de extensão continental, como é esse imenso país, formando uma variada cultura dos mais diversos aspectos. Assim, seja na linguagem, um português, mas repleto de termos de origem indígena e africana; seja na culinária, em que iguarias indígenas e também africanas foram associadas à cozinha dos colonizadores; na produção artística, como por exemplo, na música, onde instrumentos indígenas e africanos e europeus são usados nestas criações; e até mesmo na religiosidade, onde elementos de religião afro estão miscigenados com o cristianismo, trazido pelos portugueses, e temos até uma religião própria do país, constituída por elementos destas três raças, como a Umbanda, que além dos elementos da religião dos colonizadores estão associados elementos da religiosidade afro e também da indígena. Outro fator da peculiaridade do Brasil vem da miscigenação destes três povos, o que faz a ocorrência dos tipos mais diversos na pele, no cabelo, nos traços físicos em geral ; temos desde a pele mais clara à mais escura, do cabelo mais crespo ao mais liso entre a sua população: mulatos, sararás, mamelucos, etc. são as variadas denominações dos frutos dessa miscigenação. Podemos citar ainda como peculiaridade deste curioso país a língua portuguesa, sendo o único país de língua portuguesa das Américas, desde que, diferentemente dos seus vizinhos, que foram colonizados pelos espanhóis, o Brasil foi uma colônia de Portugal. Desta forma é que o Brasil se faz um país peculiar e curioso aos olhos do mundo, pelo seu diferencial de pluralidade, mas que também tem inteligências internacionalmente reconhecidas e admiradas, ainda que não tenhamos até então um Oscar ou um Nobel.

Mas o Brasil além de ser conhecido no mundo como um país exótico, peculiar, de talentos e inteligências admiráveis é também um país que enternece e causa espanto por aspectos uns e outros que se ressaltam aqui e ali devido a grandiosos problemas com que convive. Um dos mais grandiosos problemas é o grande contingente de pobres, de miseráveis, de favelas, de moradores de rua, de bandidos, inclusive entre eles os políticos corruptos, que só fazem com suas atitudes corruptas piorar a situação desse povo necessitado, quando embolsam o dinheiro que poderia minorar seu sofrimento. Por outro lado, também há alguns milionários e muitos que vivem de forma mais abastada em prédios, mansões e condomínios cinematográficos de primeiro mundo. O grande problema do Brasil é a gritante desigualdade social ; a sua distribuição de renda desigual, o que está na gênese dos seus mais graves problemas, como a violência desenfreada, por exemplo.

Estamos vivendo no entanto um tempo de esperança quando vemos políticos corruptos atrás das grades e políticas voltadas para minorar o sofrimento dos despossuídos e até de encaminhamento destes para uma vida mais digna, e até de conquistas. Torcemos para que estejamos a construir assim um novo Brasil, sem os tantos problemas com que convive a maior parte da sua população e que tantos outros problemas causam direta ou indiretamente aos seus cidadãos, mesmo os das classes mais privilegiadas.

Em “Cantos do Brasil” , através de expressões artísticas musicais do seu próprio povo vamos evidenciar o Brasil num propósito cultural, educacional, reflexivo, apontando aqui e ali sua natureza e problemática. O objetivo aqui é expor o Brasil para o próprio brasileiro ver e se ver nele, se conscientizando dos aspectos que envolvem sua problemática e, quem sabe até, com essa conscientização, poder compreender-se melhor e agir de modo a ajudar esse imenso país a encontrar o seu rumo de crescimento com justiça social e paz. Propomos aqui que o brasileiro veja e compreenda o seu próprio país.

E Viva o Brasil ! E Viva os brasileiros ! E que por nós , o Brasil possa contribuir com um mundo melhor.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Brasil - Afrodescendentes e Racismo

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Haiti
Caetano Veloso

Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino do primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui



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(História dessa música ) http://qualdelas.com.br/a-banca-do-distinto-2/

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A Banca do Distinto
Dolores Duran

Não fala com pobre, não dá mão a preto
Não carrega embrulho
Pra que tanta pose, doutor
Pra que esse orgulho
A bruxa que é cega esbarra na gente
E a vida estanca
O enfarte lhe pega, doutor
E acaba essa banca
A vaidade é assim, põe o bobo no alto
E retira a escada
Mas fica por perto esperando sentada
Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco afinal
Todo mundo é igual quando a vida termina
Com terra em cima e na horizontal






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Lavagem Cerebral
Gabriel O Pensador

Racismo preconceito e discriminação em geral
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral

Não seja um imbecil
Não seja um Paulo Francis
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco?
Aliás branco no Brasil é difícil porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda então olhe pra trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura então porque o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou...
Nasceram os brasileiros cada um com a sua cor
Uns com a pele clara outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral

Negro e nordestino constróem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro ao nordestino e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
Um sujeito com a cara do PC Farias
Não você não faria isso não...
Você aprendeu que o preto é ladrão
Muitos negros roubam mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa musica você aprender e fazer
A lavagem cerebral

O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não para pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Qualquer tipo de racismo não se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo é racista mas não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
E se você é mais um burro
Não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você





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Resultado de imagem para os metralhas disco rap da abolição
Rap da Abolição
Os Metralhas

Eu tenho uma vida diferente da sua
já tive mordomia, mas hoje durmo nas ruas
não quero nem saber que dia é, que horas são
pois eu sou um fruto novo de uma nova geração.
Geração que não pensa, que não sabe o que fazer
quando ver a burguesia tomar conta do poder,
e eu sei que você pensa que estou ficando louco,
talvez o meu futuro seja corda no pescoço,
mas eu não mudo a minha opinião,
eu trabalho, dou duro e ainda me chamam de ladrão.
E se me chamam de ladrão eu boto logo pra correr,
não só aqui, no mundo inteiro negro luta pra viver.
Madame se liga, não pisa mais aqui,
não é porque que eu sou negro você vai pisar em mim,
eu já rodei uma vez, não rodo nunca mais,
não serei ovelha negra na cabeça do meu pai.
E como diz a lei do branco, o negro vai a guerra,
o negro ajudou a construir a nossa terra.
Hoje você discrimina, critica a abolição,
não lembra a pele branca na palma da mão.
Eu canto o rap e faço tudo pra esquecer,
indiferente simplesmente para o mundo não vou ser.
Se hoje não sou mais um vilão pra você,
porque até hoje eu lutei e consegui vencer.
Hoje agente conseguiu vencer os preconceitos, o hip hop ganha prêmio, vende discos, lota show, conquistou na raça o respeito de quem desacreditava da nossa cultura, isso aqui é uma homenagem aos guerreiros que começaram com o movimento aqui no Brasil, isso aqui é dedicado aos guerreiros que ainda vão surgir, fiquem firmes, vamo que vamo que isso aqui não vai parar, certo?





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Resultado de imagem para negão chico césar e lAZZO

Negão
Chico César

Negam que aqui tem preto, negão
Negam que aqui tem preconceito de cor
Negam a negritude, essa negação
Nega a atitude de um negro amor

Mas pra todo canto aonde tem você, eu vou
Com o canto do olho lançam setas de indagação
Ainda não sabem, mas sabemos que opressão
É a falta de pressa do opressor pedir perdão
A quem não perdeu tempo e a muito tempo perdôo
Mas nunca esqueceu, não



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História do Brasil
Edson Gomes


Eu vou contar pra vocês
Certa história do Brasil
Foi quando Cabral descobriu
Este país tropical
Um certo povo surgiu
Vindo de um certo lugar
Forçado a trabalhar neste imenso país
E era o chicote no ar
E era o chicote a estalar
E era o chicote a cortar
Era o chicote a sangrar
Um, dois, três até hoje dói
Um, dois, três, bateu mais de uma vez
Por isso é que a gente não tem vez
Por isso é que a gente sempre está
Do lado de fora
Por isso é que a gente sempre está
Lá na cozinha
Por isso é que a gente sempre está fazendo

O papel menor
O papel menor
O papel menor
Ou o papel pior


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O Navio Negreiro
Caetano Veloso


'Stamos em pleno mar
Era um sonho dantesco... o tombadilho, 
Que das luzernas avermelha o brilho, 
Em sangue a se banhar. 
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite, 
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas 
Magras crianças, cujas bocas pretas 
Rega o sangue das mães: 
Outras, moças... mas nuas, espantadas, 
No turbilhão de espectros arrastadas, 
Em ânsia e mágoa vãs.

E ri-se a orquestra, irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente 
Faz doudas espirais...
Se o velho arqueja... se no chão resvala, 
Ouvem-se gritos... o chicote estala. 
E voam mais e mais... 
Presa dos elos de uma só cadeia, 
A multidão faminta cambaleia 
E chora e dança ali!

Um de raiva delira, outro enlouquece... 
Outro, que de martírios embrutece, 
Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra 
E após, fitando o céu que se desdobra 
Tão puro sobre o mar,

Diz do fumo entre os densos nevoeiros: 
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros! 
Fazei-os mais dançar!..."

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente 
Faz doudas espirais! 
Qual num sonho dantesco as sombras voam...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam! 
E ri-se Satanaz!...
Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus! 
Se é loucura... se é verdade 
Tanto horror perante os céus...
Ó mar, por que não apagas 
Co'a esponja de tuas vagas 
De teu manto este borrão?...
Astros! noite! tempestades! 
Rolai das imensidades! 
Varrei os mares, tufão!...

Quem são estes desgraçados 
Que não encontram em vós 
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz? 
Quem são?... Se a estrela se cala, 
Se a vaga à pressa resvala 
Como um cúmplice fugaz, 
Perante a noite confusa... 
Dize-o tu, severa musa, 
Musa libérrima, audaz!

São os filhos do deserto 
Onde a terra esposa a luz. 
Onde voa em campo aberto 
A tribo dos homens nus...

São os guerreiros ousados, 
Que com os tigres mosqueados 
Combatem na solidão...
Homens simples, fortes, bravos...
Hoje míseros escravos 
Sem ar, sem luz, sem razão...

São mulheres desgraçadas 
Como Agar o foi também, 
Que sedentas, alquebradas, 
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos 
Filhos e algemas nos braços, 
N'alma lágrimas e fel. 
Como Agar sofrendo tanto 
Que nem o leite do pranto 
Têm que dar para Ismael...

Lá nas areias infindas, 
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana 
Quando a virgem na cabana 
Cisma das noites nos véus...
...Adeus! ó choça do monte!...
...Adeus! palmeiras da fonte!...
...Adeus! amores... adeus!...

Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus! 
Se eu deliro... ou se é verdade

Tanto horror perante os céus... 
Ó mar, por que não apagas 
Co'a esponja de tuas vagas 
De teu manto este borrão? 
Astros! noite! tempestades! 
Rolai das imensidades! 
Varrei os mares, tufão!...

E existe um povo que a bandeira empresta 
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!... 
E deixa-a transformar-se nessa festa 
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, 
Que impudente na gávea tripudia?!... 
Silêncio!... Musa! chora, chora tanto 
Que o pavilhão se lave no seu pranto...

Auriverde pendão de minha terra, 
Que a brisa do Brasil beija e balança, 
Estandarte que a luz do sol encerra, 
E as promessas divinas da esperança...
Tu, que da liberdade após a guerra, 
Foste hasteado dos heróis na lança, 
Antes te houvessem roto na batalha, 
Que servires a um povo de mortalha!...

Fatalidade atroz que a mente esmaga! 
Extingue nesta hora o brigue imundo 
O trilho que Colombo abriu na vaga, 
Como um íris no pélago profundo!... 
...Mas é infâmia demais...
Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo... 
Andrada! arranca este pendão dos ares! 
Colombo! fecha a porta de teus mares!

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Jogo de Angola
Clara Nunes
  

No tempo em que o negro chegava fechado em gaiola
Nasceu no Brasil
Quilombo e quilombola
E todo dia, negro fugia, juntando a curriola

De estalo de açoite de ponta de faca
E zunido de bala
Negro voltava pra Angola
No meio da senzala

E ao som do tambor primitivo
Berimbau, maracá e viola
Negro gritava "Abre ala"
Vai ter jogo de Angola

Perna de brigar
Camará

Perna de brigar
Olê

Ferro de furar
Camará

Ferro de furar
Olê

Arma de atirar
Camará

Arma de atirar
Olê... Olê

Dança guerreira
Corpo do negro é de mola
Na capoeira
Negro embola e desembola
E a dança que era uma festa para o dono da terra
Virou a principal defesa do negro na guerra
Pelo que se chamou libertação
E por toda força coragem, rebeldia
Louvado será todo dia
Esse povo cantar e lembrar o Jogo de Angola
Na escravidão do Brasil

Perna de brigar
Camará

Perna de brigar
Olê

Ferro de furar
Camará

Ferro de furar
Olê

Arma de atirar
Camará

Arma de atirar
Olê... Olê

No tempo em que o negro chegava fechado em gaiola
Nasceu no Brasil
Quilombo e quilombola
E todo dia, negro fugia, juntando a curriola

De estalo de açoite de ponta de faca
E zunido de bala
Negro voltava pra Angola
No meio da senzala

E ao som do tambor primitivo
Berimbau, maracá e viola
Negro gritava "Abre ala"
Vai ter jogo de Angola

Perna de brigar
Camará

Perna de brigar
Olê

Ferro de furar
Camará

Ferro de furar
Olê

Arma de atirar
Camara

Arma de atirar
Olê... Olê


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Zumbi
Jorge Ben Jor
  

Angola Congo Benguela
Monjolo Cabinda Mina
Quiloa Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há
Um princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados em carros de boi
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola Congo Benguela
Monjolo Cabinda Mina
Quiloa Rebolo
Aqui onde estão os homens
Dum lado cana de açúcar
Do outro lado o cafezal
Ao centro senhores sentados
Vendo a colheita do algodão tão branco
Sendo colhidos por mãos negras
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Quando Zumbi chegar
O que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras
È senhor das demandas
Quando Zumbi chega é Zumbi
É quem manda
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver

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Resultado de imagem para preta lu consciencia indomesticável


Consciência Indomesticável

Preta Lu



Disposta a reagir, disposta a atacar

Só sei que do jeito que ta não dá pra continuar

Se você não entende pelo menos respeita

A luta dos que não se entrega e não aceita



A favela é o resultado do seu cálculo errado

Expulsos da terra, tamo aqui amontoado

Aqui tem muita gente por metro quadrado

Obrigado a manter-se adaptado

Completamente fora do padrão exigido

Sujeito na real a confrontar o racismo

Pode jogar sua banana que eu devolvo em rajada

Pra quem tem milhões no bolso o racismo é piada

A tua brincadeira vira coisa séria

A caba em extermínio pra quem vive na favela

Disposta a reagir, não vamos se calar

Na luta por direitos, não vamos recuar

A nossa reação exalta os malês

Aquilombados insurgentes ___________ também

Acreditei que não nasci pra limpar seu chão

Você que nos roubou o direito de sonhar

Então segura nas idéias, nos corre desde cedo

Ser uma fortaleza pra superar seus medos

Erros, acertos, faz parte do processo

Independente, sei que to do lado certo

Eu poderia até ser delicada

Mas quem nasce da minha cor a coisa é complicada

As Madame de hoje era a Sinhá da Casa Grande

O ciclo se repete no caiá

E por isso que os mano tem que entrar na ativa

As preta atrevida, de cabeça erguida

Conspira favela pra não ser açoitada

Autoestima  na cor para não ser tirada

____________ injustiçada tua paz eu vou tirar

Consciência Indomesticável nunca vai parar

Só tamos devolvendo as chibatadas lá no _________

As humilhações passadas nas casa de branco

Minha herança é a revolta contra quem tem escolta

Contra quem quer ir pro céu oferecendo esmola



Os que vive sob a ditadura da exclusão que é mantida pelos que são chamados de barão

Que vive de troca de favores com banqueiros

E com a empresa de transporte tem o rabo preso

Pro sistema a massa subalterna é só lixo

Que serve pra manter o seu jardim limpo

Tudo pela ordem, cozinha impecável

Mesmo que na sua casa não tenha nada no armário

O buzão na Vila Sarney foi incendiado

Apesar do nome, o alvo foi errado

É nos Leões da Renascença onde mora os culpados

É pra lá que o nosso ódio tem que ser direcionado

Se o certo é certo e o errado é cobrado

Tem que ter engravatado no poste amarrado

Cercado pela fúria de quem tava acomodada

Sob a mão invisível que te rouba e você não vê nada

Você que fecha os olhos para o abandono de um guri

Joga pão, joga circo, não ta nem aí

Depois a reação pode não ser a desejada

O que tiver de ser vai espirrar na tua cara

Quem come lagosta de garfo e faca

Tem as costas quentes , é latifundiária

Herdou cafezal, herdou engenho açucareiro

Onde meu tataravô vivia no cativeiro

Constitui fazenda, expulsando indígenas

Sei quem vocês são, sua ____ é conhecida

Pra vocês não tem pedrinhas, sequer delegacia

Teu chefe é mão de fórum, bota no bolso a justiça

Chama aí os guardiões da floresta pra fazer madeireira

Passa sebo nas canelas que a mídia vendida

Ou manipula ou abafa

Pra não servir de exemplo, pra favela, pra negrada

Se sou seu lar injustiçado




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Coisa da Antiga
Clara Nunes
  

Na tina, vovó lavou, vovó lavou
A roupa que mamãe vestiu quando foi batizada
E mamãe quando era menina teve que passar, teve que passar
Muita fumaça e calor no ferro de engomar

Hoje mamãe me falou de vovó só de vovó
Disse que no tempo dela era bem melhor
Mesmo agachada na tina e soprando no ferro de carvão
Tinha-se mais amizade e mais consideração

Disse que naquele tempo a palavra de um mero cidadão
Valia mais que hoje em dia uma nota de milhão
Disse afinal que o que é liberdade

Ninguém mais hoje liga
Isso é coisa da antiga, ai na tina

Hoje o olhar de mamãe marejou só marejou
Quando se lembrou do velho, o meu bisavô
Disse que ele foi escravo mas não se entregou à escravidão
Sempre vivia fugindo e arrumando confusão

Disse pra mim que essa história do meu bisavô, negro fujão
Devia servir de exemplo a "esses nego pai João"
Disse afinal que o que é de verdade

Ninguém mais hoje liga
Isso é coisa da antiga
Oi na tina



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Preconceito
João Gilberto

Eu nasci num clima quente Você diz a toda gente Que eu sou moreno demais Não maltrate o seu pretinho Que lhe faz tanto carinho E no fundo é um bom rapaz Você vem de um palacete Eu nasci num barracão Sapo namorando a lua Numa noite de verão Eu vou fazer serenata Eu vou cantar minha dor Meu samba vai diz a ela Que o coração não tem cor






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O Neguinho e a Senhorita




O Neguinho gostou da filha da Madame 

Que nós tratamos de sinhá 

Senhorita também gostou do Neguinho 

Mas o Neguinho não tem dinheiro pra 

Gastar 

A Madame tem preconceito de cor 

Não pôde evitar esse amor 

Senhorita foi morar lá na Colina 

Com o Neguinho que é compósito 

Senhorita foi morar lá na Colina 

Com o Neguinho que é compósito 

O Neguinho gostou da filha da Madame 

Que nós tratamos de sinhá 

Senhorita também gostou do Neguinho 

Mas o Neguinho não tem dinheiro pra 

Gastar 

A Madame tem preconceito de cor 

Não pôde evitar esse amor 

Senhorita foi morar lá na Colina 

Com o Neguinho que é compósito 

Senhorita foi morar lá na Colina 

Com o Neguinho que é compósito 

Senhorita ficou com nome na história 

E agora é a rainha da escola 

Gostou do samba e hoje vive muito 

Bem 

Ela devia nascer pobre também 

Gostou do samba e hoje vive muito 
Bem 
Ela devia nascer pobre também





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Reunião de Bacana
Exporta Samba


Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um

Você me chamou para esse pagode,
E me avisou: "aqui não tem pobre!"
Até me pediu pra pisar de mansinho
Porque sou da cor, eu sou escurinho
Aqui realmente está toda a nata
Doutores, senhores, até magnata
Com a bebedeira e a discussão
Tirei a minha conclusão

Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um

Lugar meu amigo é minha baixada
Que ando tranquilo e ninguém me diz nada
E lá camburão não vai com a justiça
Pois não há ladrão e é boa a polícia
Lá até parece a Suécia, bacana
Se leva o bagulho e se deixa a grana
Não é como esse ambiente pesado
Que você me trouxe para ser roubado
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um
Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão
Se gritar pega ladrão, não fica um

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http://doutorrodrigoluz.blogspot.com.br/2014/03/racismo-de-carnaval-perdoado.html

O Teu Cabelo Não Nega
Lamartine Babo

O teu cabelo não nega mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega mulata
Mulata eu quero o teu amor

Tens um sabor bem do Brasil
Tens a alma cor de anil
Mulata mulatinha meu amor
Fui nomeado teu tenente interventor

Quem te inventou meu pancadão
Teve uma consagração
A lua te invejando faz careta
Porque mulata tu não és deste planeta

Quando meu bem vieste à terra
Portugal declarou guerra

A concorrência então foi colossal
Vasco da gama contra o batalhão naval



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Resultado de imagem para anjos do inferno discografia


     Nega Do Cabelo Duro

Anjos do Inferno

Nega do cabelo duro
Qual é o pente que te penteia?
Qual é pente que te penteia?
Qual é pente que te penteia?

Ondulado permanente
Seu cabelo é de sereia
E a pergunta sai da gente
Qual é o pente que te penteia

Quando tu entras na roda
O teu corpo bamboleia
Teu cabelo está na moda
Qual é o pente que te penteia

Misampli a ferro e fogo
Não desmancha nem na areia
Tomas banho em Botafogo




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Fricote
Luiz Caldas


Nega do cabelo duro
Que não gosta de pentear
Quando passa na baixa do tubo
O negão começa a gritar

Pega ela aí
pega ela aí

Pra que ?
Pra passar batom
De que cor?
De violeta
Na boca e na bochecha

Pra que?
Pra passar batom
De que cor?
De cor azul
Na boca e na porta do céu



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Respeitem Meus Cabelos, Brancos
Chico César
Respeitem meus cabelos, brancos
Chegou a hora de falar
Vamos ser francos
Pois quando um preto fala
O branco cala ou deixa a sala
Com veludo nos tamancos

Cabelo veio da áfrica
Junto com meus santos

Benguelas, zulus, gêges
Rebolos, bundos, bantos
Batuques, toques, mandingas
Danças, tranças, cantos
Respeitem meus cabelos, brancos

Se eu quero pixaim, deixa
Se eu quero enrolar, deixa
Se eu quero colorir, deixa
Se eu quero assanhar, deixa
Deixa, deixa a madeixa balançar

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Resultado de imagem para jorge benjor e-collection
Cabelo
Jorge Ben Jor
  

Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabela
Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabelada...

Quem disse que cabelo
Não sente
Quem disse que cabelo
Não gosta de pente
Cabelo quando cresce é tempo
Cabelo embaraçado é vento
Cabelo vem lá de dentro
Cabelo é como pensamento
Quem pensa que cabelo é mato
Quem pensa que cabelo é pasto
Cabelo com orgulho é crina
Cilindros de espessura fina
Cabelo quer ficar prá cima
Laquê, fixador, gomalina...

Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabelada
Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabelada...

Quem quer a força de Sansão
Quem quer a juba de leão
Cabelo pode ser cortado
Cabelo pode ser comprido
Cabelo pode ser transado
Cabelo pode ser tingido
Aparado ou escovado
Descolorido, descabelado
Cabelo pode ser usado
Bonito e sempre molhado...

Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabelada
Cabelo, cabeleira
Cabeluda, descabelada...(2x)

Cabeluda! Cabeluda!
Cebeluda!
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Resultado de imagem
Gilberto Gil
Ilê Ayê

Oh oh oh oh oh oh oh oh oh oh
Oh oh oh oh Soul Power
Oh oh oh oh Soul Power
Oh Oh Oh Oh
Essa história começa mais ou menos assim:

Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemo mostrar pra você (pra você).
Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemo mostrar pra você (pra você).

Somo crioulo doido somo bem legal.
Temos cabelo duro somo black power.
Somo crioulo doido somo bem legal.
Temos cabelo duro somo black power.

Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).
Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).

Branco, se você soubesse o valor que o preto tem.
Tu tomava um banho de piche, branco e, ficava preto também.
E não te ensino a minha malandragem.
Nem tão pouco minha filosofia, porquê?
Quem dá luz a cego é bengala branca em Santa Luzia.

Meu Deus

Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).
Que bloco é esse? Eu quero saber.
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).

Vai!

Oh oh oh oh Oh oh oh oh Oh oh oh oh
Oh Oh Oh Oh Oh Oh

Essa história se resolve a bateria e voz

Que bloco é esse? Eu quero saber
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).
Que bloco é esse? Eu quero saber?
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).

Somo crioulo doido somo bem legal.
Temos cabelo duro somo black power.
Somo crioulo doido somo bem legal.
Temos cabelo duro somo black power.

Branco, se você soubesse o valor que o preto tem.
Tu tomava um banho de piche, branco e, ficava preto também.
E não te ensino a minha malandragem.
Nem tão pouco minha filosofia, porquê?
Porque?
Em Santa Luzia aiai Meu Deus

Que bloco é esse? Eu quero saber
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).
Que bloco é esse? Eu quero saber?
É o mundo negro que viemos mostrar pra você (pra você).

Oh oh oh oh Oh oh oh oh Oh oh oh oh
Oh Oh Oh Oh Oh Oh

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Resultado de imagem para zé ramalho a peleja do diabo com o dono do céu
Falas do Povo
Zé Ramalho
Falo da vida do povo
Nada de velho ou de novo

Em velhas mansardas, mansões e motéis
Os homens planejam os seus carretéis
Novelos e linhas, labirintos e ruas
As mulheres e luas são pedaços da noite
Vizinhos avisam, prezam seus anéis
O custo da vida, um conto de réis
Apitos de fábrica ressoaram de novo
Alegria do povo é sambar e sonhar

Falo da vida do povo
Nada de velho ou de novo...

Em feiras distantes, romeiros fiéis
Desfiam seu canto, velhos menestréis
Pelejas e lutas, esperanças de novo
Ninguém pede socorro nem se afoga no mar
Mendigos e risos, os ferrões do amor
Novamente os risos, os leões, domador
Acertaram no alvo, acertaram no negro
Descobrir o segredo de sorrir e chorar

Falo da vida do povo
Nada de velho ou de novo...





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Resultado de imagem
A Mão da Limpeza
Gilberto Gil

O branco inventou que o negro
Quando não suja na entrada
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Vai sujar na saída, ê
Imagina só
Que mentira danada, ê

Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o negro pensava, ê

Mesmo depois de abolida a escravidão
Negra é a mão
De quem faz a limpeza
Lavando a roupa encardida, esfregando o chão
Negra é a mão
É a mão da pureza

Negra é a vida consumida ao pé do fogão
Negra é a mão
Nos preparando a mesa
Limpando as manchas do mundo com água e sabão
Negra é a mão
De imaculada nobreza

Na verdade a mão escrava
Passava a vida limpando
O que o branco sujava, ê
Imagina só
O que o branco sujava, ê





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Resultado de imagem para gilberto gil quilombo músicas

Zumbi (a Felicidade Guerreira)
Gilberto Gil


Zumbi, comandante guerreiro
Ogunhê, ferreiro-mor capitão
Da capitania da minha cabeça
Mandai a alforria pro meu coração

Minha espada espalha o sol da guerra
Rompe mato, varre céus e terra
A felicidade do negro é uma felicidade guerreira
Do maracatu, do maculelê e do moleque bamba

Minha espada espalha o sol da guerra
Meu quilombo incandescendo a serra
Tal e qual o leque, o sapateado do mestre-escola de
samba
Tombo-de-ladeira, rabo-de-arraia, fogo-de-liamba

Em cada estalo, em todo estopim, no pó do motim
Em cada intervalo da guerra sem fim
Eu canto, eu canto, eu canto, eu canto, eu canto, eu
canto assim:

A felicidade do negro é uma felicidade guerreira!
A felicidade do negro é uma felicidade guerreira!
A felicidade do negro é uma felicidade guerreira!

Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu grande terreiro, meu berço e nação
Zumbi protetor, guardião padroeiro
Mandai a alforria pro meu coração




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Selvagem
Os Paralamas do Sucesso


A polícia apresenta suas armas
Escudos transparentes, cassetetes
Capacetes reluzentes
E a determinação de manter tudo
Em seu lugar

O governo apresenta suas armas
Discurso reticente, novidade inconsistente
E a liberdade cai por terra
Aos pés de um filme de Godard

A cidade apresenta suas armas
Meninos nos sinais, mendigos pelos cantos
E o espanto está nos olhos de quem vê
O grande monstro a se criar

Os negros apresentam suas armas
As costas marcadas, as mãos calejadas
E a esperteza que só tem quem tá
Cansado de apanhar







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Black is Beaultiful
Elis Regina

Hoje cedo, na rua Do Ouvidor
Quantos brancos horríveis eu vi
Eu quero um homem de cor
Um deus negro do Congo ou daqui

Que se integre no meu sangue europeu
Black is beautiful, black is beautiful
Black beauty so peaceful
I want to a black I want to a beautiful

Hoje a noite amante negro eu vou
Vou enfeitar o meu corpo no seu
Eu quero este homem de cor
Um deus negro do congo ou daqui

Que se integre no meu sangue europeu
Black is beautiful, black is beautiful
Black beauty so peaceful
I want to a black I want to a beautiful



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Negro É Lindo
Jorge Ben Jor

Negro é lindo
Negro é lindo
Negro é amigo
Negro também é
Filho de Deus
Eu só quero que
Deus me ajude
A ver meu filho
Nascer e crescer
E ser um campeão
Sem prejudicar
Ninguém porque
Negro é lindo
Negro é amor
Negro é amigo
Negro também é
Filho de Deus
Negro também é
Filho Deus
Preto velho tem
Tanta canjira
Que todo o povo
De Angola
Que todo o povo
De Angola
Mandou preto velho
Chamar eu quero ver
Preto velho dizer
Eu quero ver preto
Velho cantar e dizer
Negro é lindo
Negro é amor
Negro é amigo
Negro também é
Filho de Deus
Negro também é
Filho de Deus









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Negra melodia
Jards Macalé
  

Um, dois e lá vão os três
Negra melodia que vem do sangue do coração,
I Know how to dance, dance like a black young black
American black do Brás do Brasil.
Dance my girl don't cry to stop me
My woman don't cry, cause, everything is gonna be all righ
O meu pisante colorido, o meu barraco lá no morro de São Carlos 
Meu cachorro paraíba, minha cabrocha, minha cocota
A minha mona lá no largo do Estácio de Sá
Forget your troubles and dance
Forget your sorrows and dance
Forget your sickness and dance
Forget your weakness and dance, reggae is another bago


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Alegria da Cidade
Margareth Menezes
  

A minha pele de ébano é...
A minha alma nua
Espalhando a luz do sol
Espelhando a luz da lua 

Tem a plumagem da noite
E a liberdade da rua
Minha pele é linguagem
E a leitura é toda sua

Será que você não viu
Não entendeu o meu toque
No coração da América eu sou o jazz, sou o rock

Eu sou parte de você, mesmo que você me negue
Na beleza do afoxé, ou no balanço no reggae

Eu sou o sol da Jamaica
Sou a cor da Bahia
Sou sou você e você não sabia

Liberdade Curuzu, Harlem, Palmares, Soweto

Nosso céu é todo blue e o mundo é um grande gueto

Apesar de tanto não
Tanta dor que nos invade, somos nós a alegria da cidade
Apesar de tanto não

Tanta marginalidade, somos nós a alegria da cidade 

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Negros Blues
Jorge Mautner e Zé Ramalho

Quando os brancos começaram a navegar
Em suas brancas caravelas
Por mares nunca dantes navegados
Não sabiam o que iam encontrar,

Mas bem que dentro de suas cabeças
Haviam sonhos de ouro e de arcas de tesouro
Foram encontrar naquelas terras do além
Do além mar
E os negros em seus navios negreiros

Arrancados lá da África
Da Nigéria e do Congo
E no porão dos navios negreiros
Inventaram a palavra camundongo

E os indígenas
Ah! Os indígenas, quem são?
Mais antigos do que tudo
Do que todos nós
Astronautas,  Atlântidas,  mongóis
Sei lá... Sei lá...
Eu sei lá...
Mas, quem saberá?

Não há nenhum
Ressentimento
Nem pingo de um outro sentimento
Nas palavras que eu digo
Nas palavras, meu amigo

Somente quem tiver caos dentro de sí
poderá dar luz a grande estrela bailarina!
Não há nenhum desejo de vingaça!
Só quero a paz e a esperança
por cima desse ombros seus
Por cima desses ombros meus

O viajante era um cara que ficava viajando de um lugar pro outro
Sem parar
Até que um dia ele começou a viajar
De um lugar para dentro daquele mesmo lugar

E um viajante é sempre um estrangeiro
É um amante da sua solidão
Ultimamente eu ando sem dinheiro
Mas vai pintar conforme a ocasião

E o profeta ficava que nem louco dentro do seu apartamento sem saber como pagar o aluguel
Sonhando com aquela embriagante sombra do oasis do deserto azul
ninguém é profeta em sua terra
verdade triste esse ditado encerra
E é por isso que o profeta vai embora
Pois ele sabe que chegou a sua hora

E o profeta vai embora
Bem na boca da aurora
Exatamente e justamente nessa vigésima quinta hora
Eu gosto muito de olhar para o céu
A estrala da umbanda é igual a de israel
Viva também a nação muçulmana
Pois somos todos badatuque e babel
Por isso Shalom Shalom
Salamaleicon Maleicon Salaam
Saravá Bolofé
Quero todo mundo muito odara
E com muito muito axé

É que a nossa mãe comum ela é africana
Agora ela é sul-americana
Com Iansã e Iemanjá
E a rainha de sabá
Passará o Céu e a Terra
Pois o que dizem minhas palavras
Não passará
Jesus, O Nazareno, O Carpinteiro
Amai-vos uns aos outros
Atire a primeira pedra aquele que dentre vos nunca pecou

Tudo é divino
Tudo é maravilhoso
Eu gosto tanto
Do Caetano Veloso,  Gilberto Gil e esses negros blues
Eu sou dos sambas e dos maracatus
Eu sou dos xotes, dos cocos, dos xaxados e dos blues
E eu também gosto das canções hindus
E também del tango, si, como no?

Pero, so se for a media luz
E também del tango, Carlos Gardel
Gilberto gil e estes negros blues
Gilberto gil e estes negros blues

Gilberto Gil, Tim Maia, Milton Nascimento, Stivie Wonder, Ray Charles, Bob Marley, Jimmmy Cliff, Clementina de Jesus, Paulinho da Viola, Nelson Cavaquinho, Martinho da Vila, Black Out, Jards Macalé, Gasolina, Heitor dos Prazeres, Ataulfo Alves,  Lupicínio Rodrigues,  Milson Batista,  Luiz Melodia,  Assis Valente e estes negros, negros blues!!!


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Resultado de imagem para itamar assumpção pretobrás - por que que eu não pensei nisso antes músicas

Vá cuidar da sua vida
Itamar Assunção
Vá cuidar da sua vida
Diz o dito popular
Quem cuida da vida alheia
Da sua não pode cuidar

Crioulo cantando samba
Era coisa feia
Esse é negro é vagabundo
Joga ele na cadeia
Hoje o branco tá no samba
Quero ver como é que fica
Todo mundo bate palma
Quando ele toca cuíca

Vá cuidar...

Negro jogando pernada
Negro jogando rasteira
Todo mundo condenava
Uma simples brincadeira
E o negro deixou de tudo
Acreditou na besteira
Hoje só tem gente branca
Na escola de capoeira

Vá cuidar...

Negro falava de umbanda
Branco ficava cabreiro
Fica longe desse negro
Esse negro é feiticeiro
Hoje o preto vai à missa
E chega sempre primeiro
O branco vai pra macumba
Já é Babá de terreiro

Vá cuidar...





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