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O Brasil é um país de peculiaridades e bastante diverso em sua gente e sua cultura. A sua peculiaridade principal reside no fato de ter sido formado originalmente por três raças bastantes distintas: o branco europeu, o negro africano e o índio, que neste lugar já habitava como nativos da região. Elementos da cultura destes três povos se imiscuíram em um só lugar, de extensão continental, como é esse imenso país, formando uma variada cultura dos mais diversos aspectos. Assim, seja na linguagem, um português, mas repleto de termos de origem indígena e africana; seja na culinária, em que iguarias indígenas e também africanas foram associadas à cozinha dos colonizadores; na produção artística, como por exemplo, na música, onde instrumentos indígenas e africanos e europeus são usados nestas criações; e até mesmo na religiosidade, onde elementos de religião afro estão miscigenados com o cristianismo, trazido pelos portugueses, e temos até uma religião própria do país, constituída por elementos destas três raças, como a Umbanda, que além dos elementos da religião dos colonizadores estão associados elementos da religiosidade afro e também da indígena. Outro fator da peculiaridade do Brasil vem da miscigenação destes três povos, o que faz a ocorrência dos tipos mais diversos na pele, no cabelo, nos traços físicos em geral ; temos desde a pele mais clara à mais escura, do cabelo mais crespo ao mais liso entre a sua população: mulatos, sararás, mamelucos, etc. são as variadas denominações dos frutos dessa miscigenação. Podemos citar ainda como peculiaridade deste curioso país a língua portuguesa, sendo o único país de língua portuguesa das Américas, desde que, diferentemente dos seus vizinhos, que foram colonizados pelos espanhóis, o Brasil foi uma colônia de Portugal. Desta forma é que o Brasil se faz um país peculiar e curioso aos olhos do mundo, pelo seu diferencial de pluralidade, mas que também tem inteligências internacionalmente reconhecidas e admiradas, ainda que não tenhamos até então um Oscar ou um Nobel.

Mas o Brasil além de ser conhecido no mundo como um país exótico, peculiar, de talentos e inteligências admiráveis é também um país que enternece e causa espanto por aspectos uns e outros que se ressaltam aqui e ali devido a grandiosos problemas com que convive. Um dos mais grandiosos problemas é o grande contingente de pobres, de miseráveis, de favelas, de moradores de rua, de bandidos, inclusive entre eles os políticos corruptos, que só fazem com suas atitudes corruptas piorar a situação desse povo necessitado, quando embolsam o dinheiro que poderia minorar seu sofrimento. Por outro lado, também há alguns milionários e muitos que vivem de forma mais abastada em prédios, mansões e condomínios cinematográficos de primeiro mundo. O grande problema do Brasil é a gritante desigualdade social ; a sua distribuição de renda desigual, o que está na gênese dos seus mais graves problemas, como a violência desenfreada, por exemplo.

Estamos vivendo no entanto um tempo de esperança quando vemos políticos corruptos atrás das grades e políticas voltadas para minorar o sofrimento dos despossuídos e até de encaminhamento destes para uma vida mais digna, e até de conquistas. Torcemos para que estejamos a construir assim um novo Brasil, sem os tantos problemas com que convive a maior parte da sua população e que tantos outros problemas causam direta ou indiretamente aos seus cidadãos, mesmo os das classes mais privilegiadas.

Em “Cantos do Brasil” , através de expressões artísticas musicais do seu próprio povo vamos evidenciar o Brasil num propósito cultural, educacional, reflexivo, apontando aqui e ali sua natureza e problemática. O objetivo aqui é expor o Brasil para o próprio brasileiro ver e se ver nele, se conscientizando dos aspectos que envolvem sua problemática e, quem sabe até, com essa conscientização, poder compreender-se melhor e agir de modo a ajudar esse imenso país a encontrar o seu rumo de crescimento com justiça social e paz. Propomos aqui que o brasileiro veja e compreenda o seu próprio país.

E Viva o Brasil ! E Viva os brasileiros ! E que por nós , o Brasil possa contribuir com um mundo melhor.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Brasil - A Fase Sombria da Ditadura Militar

https://capricho.abril.com.br/vida-real/playlist-musicas-censuradas-durante-a-ditadura-militar/

http://blogunasp.com.br/vestibular/9-musicas-para-entender-ditadura-militar/

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O Bêbado e a Equilibrista
Elis Regina

Caía a tarde feito um viaduto E um bêbado trajando luto Me lembrou Carlitos A lua, tal qual a dona do bordel, Pedia a cada estrela fria Um brilho de aluguel E nuvens, lá no mata-borrão do céu, Chupavam manchas torturadas, que sufoco! Louco, o bêbado com chapéu-coco Fazia irreverências mil pra noite do Brasil. Meu Brasil Que sonha com a volta do irmão do Henfil. Com tanta gente que partiu num rabo de foguete. Chora a nossa pátria mãe gentil, Choram Marias e Clarisses no solo do Brasil. Mas sei que uma dor assim pungente Não há de ser inutilmente, a esperança Dança na corda bamba de sombrinha E em cada passo dessa linha pode se machucar Azar, a esperança equilibrista Sabe que o show de todo artista Tem que continuar...



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Resultado de imagem para enciclopédia musical brasileira Geraldo Vandré




Pra Não Dizer Que Não falei em Flores

Geraldo Vandré


Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não Nas escolas nas ruas, campos, construções Caminhando e cantando e seguindo a canção Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer Pelos campos há fome em grandes plantações Pelas ruas marchando indecisos cordões Ainda fazem da flor seu mais forte refrão E acreditam nas flores vencendo o canhão Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Há soldados armados, amados ou não Quase todos perdidos de armas na mão Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição De morrer pela pátria e viver sem razão Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Nas escolas, nas ruas, campos, construções Somos todos soldados, armados ou não Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não Os amores na mente, as flores no chão A certeza na frente, a história na mão Caminhando e cantando e seguindo a canção Aprendendo e ensinando uma nova lição Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.




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Acorda Amor
Chico Buarque



Acorda, amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição
Era a dura, numa muito escura viatura
Minha nossa santa criatura
Chame, chame, chame lá
Chame, chame o ladrão, chame o ladrão

Acorda, amor
Não é mais pesadelo nada
Tem gente já no vão de escada
Fazendo confusão, que aflição
São os homens
E eu aqui parado de pijama
Eu não gosto de passar vexame
Chame, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão

Se eu demorar uns meses
Convém, às vezes, você sofrer
Mas depois de um ano eu não vindo
Ponha a roupa de domingo
E pode me esquecer

Acorda, amor
Que o bicho é brabo e não sossega
Se você corre, o bicho pega
Se fica não sei não
Atenção!

Não demora
Dia desses chega a sua hora
Não discuta à toa, não reclame
Clame, chame lá, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão
(Não esqueça a escova, o sabonete e o violão)


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Apesar de Você
Chico Buarque

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu

Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro

Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc. e tal
Lá lá lá lá laiá


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Cálice
Chico Buarque

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça




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Apesar de Você
Chico Buarque
  

Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu

Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro

Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc. e tal

Lá lá lá lá laiá

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If You Hold a Stone 
Caetano Veloso

If you hold a stone, hold it in your hand If you feel the weight, youll never be late To understand But if you hold the stone, hold it in your hand If you feel the weight, youll never be late To understand If you hold a stone, marinheiro só Hold it in your hand, marinheiro só If you feel the weight, marinheiro só youll never be late, marinheiro só To understand Mas eu não sou daqui Marinheiro só Eu não tenho amor Eu sou da Bahia De São Salvador Eu não vim aqui Para ser feliz Cadê meu sol dourado E cadê as coisas do meu país







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Debaixo Dos Caracóis Dos Seus Cabelos
Roberto Carlos
  

Um dia a areia branca
Seus pés irão tocar
E vai molhar seus cabelos
A água azul do mar
Janelas e portas vão se abrir
Pra ver você chegar
E ao se sentir em casa
Sorrindo vai chorar

Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar de um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade de ficar mais um instante

As luzes e o colorido
Que você vê agora
Nas ruas por onde anda
Na casa onde mora
Você olha tudo e nada
Lhe faz ficar contente
Você só deseja agora
Voltar pra sua gente

Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar de um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade de ficar mais um instante

Você anda pela tarde
E o seu olhar tristonho
Deixa sangrar no peito
Uma saudade, um sonho
Um dia vou ver você
Chegando num sorriso
Pisando a areia branca
Que é seu paraíso

Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Uma história pra contar de um mundo tão distante
Debaixo dos caracóis dos seus cabelos
Um soluço e a vontade de ficar mais um instante

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Back In Bahia
Gilberto Gil

Lá em Londres, vez em quando me sentia longe daqui
Vez em quando, quando me sentia longe, dava por mim Puxando o cabelo
Nervoso, querendo ouvir Celly Campelo pra não cair
Naquela fossa
Em que vi um camarada meu de Portobello cair
Naquela falta
De juízo que eu não tinha nem uma razão pra curtir
Naquela ausência
De calor, de cor, de sal,de sol, de coração pra sentir
Tanta saudade
Preservada num velho baú de prata dentro de mim

Digo num baú de prata porque prata é a luz do luar
Do luar que tanta falta me fazia junto do mar
Mar da Bahia
Cujo verde vez em quando me fazia bem relembrar
Tão diferente
Do verde também tão lindo dos gramados campos de lá
Ilha do norte
Onde não sei se por sorte ou por castigo dei de parar
Por algum tempo
Que afinal passou depressa, como tudo tem de passar
Hoje eu me sinto
Como se ter ido fosse necessário para voltar
Tanto mais vivo
De vida mais vivida, dividida pra lá e pra cá

Lá em Londres, vez em quando me sentia longe daqui
Vez em quando, quando me sentia longe, dava por mim
Puxando o cabelo
Nervoso, querendo ouvir Celly Campelo pra não cair

Naquela fossa
Em que vi um camarada meu de Portobello cair
Naquela falta de juízo que eu não tinha nem uma razão pra curtir
Naquela ausência
De calor, de cor, de sal, de sol, de coração pra sentir
Tanta saudade
Preservada num velho baú de prata dentro de mim

Digo num baú de prata porque prata é a luz do luar
Do luar que tanta falta me fazia junto do mar
Mar da Bahia
Cujo verde vez em quando me fazia bem relembrar
Tão diferente
Do verde também tão lindo dos gramados campos de lá
Ilha do norte
Onde não sei se por sorte ou por castigo dei de  parar
Por algum tempo
Que afinal passou depressa, como tudo tem de passar
Hoje eu me sinto
Como se ter ido fosse necessário para voltar
Tanto mais vivo
De vida mais vivida, dividida pra lá e pra cá






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Tô Voltando
Simone
  

Pode ir armando o coreto
E preparando aquele feijão preto
Eu tô voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar
Muda a roupa de cama
Eu tô voltando

Leva o chinelo pra sala de jantar
Que é lá mesmo que a mala eu vou largar
Quero te abraçar, pode se perfumar
Porque eu tô voltando

Dá uma geral, faz um bom defumador
Enche a casa de flor
Que eu tô voltando
Pega uma praia, aproveita, tá calor
Vai pegando uma cor
Que eu tô voltando

Faz um cabelo bonito pra eu notar
Que eu só quero mesmo é despentear
Quero te agarrar
Pode se preparar porque eu tô voltando
Põe pra tocar na vitrola aquele som
Estréia uma camisola
Eu tô voltando

Dá folga pra empregada
Manda a criançada pra casa da avó
Que eu to voltando
Diz que eu só volto amanhã se alguém chamar
Telefone não deixa nem tocar
Quero lá, lá, lá, ia, porque eu to voltando!

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