Pelo Telefone
Donga
O chefe da folia
Pelo telefone manda me avisar
Que com alegria
Não se questione para se brincar
Ai, ai, ai
É deixar mágoas pra trás, ó rapaz
Ai, ai, ai
Fica triste se és capaz e verás
Tomara que tu apanhe
Pra não tornar fazer isso
Tirar amores dos outros
Depois fazer teu feitiço
Se embaraçou, sinhô, sinhô
É que a avezinha, sinhô, sinhô
Nunca sambou, sinhô, sinhô
Porque este samba, sinhô, sinhô
De arrepiar, sinhô, sinhô
Põe perna bamba, sinhô, sinhô
Mas faz gozar, sinhô, sinhô
O peru me disse
Se o morcego visse
Não fazer tolice
Que eu então saísse
Dessa esquisitice
De disse-não-disse
Ah! ah! ah!
Aí está o canto ideal, triunfal
Ai, ai, ai
Viva o nosso carnaval sem rival
Se quem tira o amor dos outros
Por deus fosse castigado
O mundo estava vazio
E o inferno habitado
Queres ou não, sinhô, sinhô
Vir pro cordão, sinhô, sinhô
É ser folião, sinhô, sinhô
De coração, sinhô, sinhô
Porque este samba, sinhô, sinhô
Põe perna bamba, sinhô, sinhô
Mas faz gozar, sinhô, sinhô
Quem for bom de gosto
Mostre-se disposto
Não procure encosto
Tenha o riso posto
Faça alegre o rosto
Nada de desgosto
Ai, ai, ai
Dança o samba
Com calor, meu amor
Ai, ai, ai
Pois quem dança
Não tem dor nem calor
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A Voz do Morro
Zé Keti
Eu sou o samba
A voz do morro sou eu mesmo sim senhor
Quero mostrar ao mundo que tenho valor
Eu sou o rei dos terreiros
Eu sou o samba
Sou natural daqui do Rio de Janeiro
Sou eu quem levo a alegria
Para milhões de corações brasileiros
Mais um samba, queremos samba
Quem está pedindo é a voz do povo de um país
Pelo samba, vamos cantando
É... pra melodia de um Brasil feliz
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Onde o Rio É Mais Baiano
Caetano Veloso
A Bahia,
Estação primeira do Brasil
Ao ver a Mangueira nela inteira se viu,
Exibiu-se sua face verdadeira.
Que alegria
Não ter sido em vão que ela expediu
As Ciatas pra trazerem o samba pra o Rio
(Pois o mito surgiu dessa maneira).
E agora estamos aqui
Do outro lado do espelho
Com o coração na mão
Pensando em Jamelão no Rio Vermelho
Todo ano, todo ano
Na festa de Iemanjá
Presente no dois de fevereiro
Nós aqui e ele lá
Isso é a confirmação de que a Mangueira
É onde o Rio é mais baiano.
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Lá de Angola
João Nogueira
É preciso navegar
Pra poder se esclarecer
Do lado de lá do mar
É preciso ver pra crer
Gente que lutou para se libertar
Ver no amanhã
Novo sol chegar
Ter que trabalhar, reconstruir
Bom futuro há de vir
Eu vi Luanda, Benguela
Lobito e outras mais
Na Catumbela, o Samba
Jorrou, me deu sinais
Que naquela terra cantaram
Sambaram meus avós
Ilha de Mussolo teve gente que chorou
Lá, lá, lá
Lá, lá, lá
Samba vem lá de Angola
Não vem da Bahia, não.
Samba vem lá de Angola
Não vem lá do Rio, não.
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Brasil Pandeiro
Assis Valente
Chegou a hora dessa gente bronzeada
Mostrar seu valor
Eu fui à penha fui pedir à padroeira para
Me ajudar
Salve o Morro do Vintém, Pendura-Saia,
Eu quero ver
Eu quero ver o Tio Sam tocar pandeiro
Prara o mundo sambar
O tio Sam está querendo conhecer
Anossa batucada
Anda dizendo que o molho da baiana
Melhorou seu prato
Vai entrar no cuscuz, acarjé e abará
Na casa branca já dançou a batucada
De ioiô i iaiá
Brasil, esquentai vossos pandeiros
iluminai os terreiros
Que nós queremos sambar
Há quem sambe diferente
Noutras terras, outra gente
Um batuque de matar
Batucada, reuni vossos valores
Pastorinhas e cantores
Expressões que não tem par
Oh! Meu Brasil
Brasil, esquentai vossos pandeiros...
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Carinhoso
Orlando Silva
Meu coração
Não sei porque
Bate feliz
Quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim
Ah, se tu soubesses como eu sou tão carinhoso
E muito muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus
A procura dos teus
Vem matar esta paixão
Que me devora o coração
E só assim então
Serei feliz, bem feliz
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Brasileirinho
Waldir Azevedo
O brasileiro quando é do choro
É entusiasmado quando cai no samba,
Não fica abafado e é um desacato
Quando chega no salão.
Não há quem possa resistir
Quando o chorinho brasileiro faz sentir,
Ainda mais de cavaquinho,
Com um pandeiro e um violão
Na marcação.
Brasileirinho chegou e a todos encantou,
Fez todo mundo dançar
A noite inteira no terreiro
Até o sol raiar.
E quando o baile terminou
A turma não se conformou:
Brasileirinho abafou!
Até o velho que já estava encostado
Neste dia se acabou!
Para falar a verdade, estava conversando
Com alguém de respeito
E ao ouvir o grande choro
Eu dei logo um jeito e deixei o camarada
Falando sozinho. Gostei, pulei,
Dancei, pisei até me acabei
E nunca mais esquecerei o tal chorinho
Brasileirinho!
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Forró
O Forró é uma dança popular de origem nordestina. Esta dança é acompanhada de música, que possui o mesmo nome da dança. A música de forró possui temática ligada aos aspectos culturais e cotidianos da Região Nordeste do Brasil. A música de forró é acompanhada dos seguintes instrumentos musicais: triângulo, sanfona e zabumba.
História do Forró
De acordo com pesquisadores, o forró surgiu no século XIX. Nesta época, como as pistas de dança eram de barro batido, era necessário molhá-las antes, para que a poeira não levantasse. As pessoas dançavam arrastando os pés para evitar que a poeira subisse.
Origem do nome
A origem do nome forró tem várias versões, porém a mais aceita é a do folclorista e pesquisador da cultura popular Luiz Câmara Cascudo. Segundo ele, a palavra forró deriva da abreviação de forrobodó, que significa arrasta-pé, confusão, farra.
Características
Uma das principais características do forró é o ato de arrastar os pés durante a dança. Esta é realizada por casais, que dançam com os corpos bem colados, transmitindo sensualidade.
Embora seja tipicamente nordestino, o forró espalhou-se pelo Brasil fazendo grande sucesso. Foram os migrantes nordestinos que espalharam o forró, principalmente nas décadas de 1960 e 1970.
Atualmente, existem vários gêneros de forró: forró eletrônico, forró tradicional, forró universitário e o forró pé de serra.
For All Para Todos
Geraldo Azevedo
Para todos os fandangos
Para todos os ferreiros
Para todos os candangos
Para todos os brasileiros
Eu vou mostrar pra vocês
Como nasceu o forró
Foi antes de padim Ciço
Foi antes de lampião
Antes de nascer o Cristo
Do batismo de João
Antes de morrer por todos
Antes de repartir o pão
For All For All For All For All
Para todos da cidade
Para todos do sertão
Para os que preferem xote
Samba rock ou baião
O inglês ali andava
Sei se anda sei se não
Botando trilhos no mundo
Bem no fundo do sertão
Ferrovia para todos
Leva uns e outros não
Só a morte com certeza
Dá para todos condução
For All For All For All For All
Para todos de São Paulo
E do Rio de Janeiro
Pernambuco Paraíba
Petrolina Juazeiro
Alegria para todos
A tristeza sei se não
O inglês da ferrovia
Escreveu no barracão
For all...
Foi então que o pau comeu
Nunca mais sentou o pó
Eu só sei que o povo leu
Forró Forró Forró Forró
E veio o Jackson veio o Lua
Veio Januário e Azulão
Severino não faltou
Democratas do baião
Foi o chêro na Carolina
Foi subindo a gasolina
Foi o trem e veio a Ford
Mas só sei que o povo leu
Forró Forró Forró Forró
O forró de ferrovia
Vira e mexe o mundo inteiro
For all for all for all
Foi aí que o pau comeu
Nunca mais sentou o pó
Mas foi assim que o povo leu
Forró Forró Forró Forró
Foi assim que o pau comeu
Foi assim que o povo leu
O for all dos estrangeiros
Para todos brasileiros
Forró Forró Forró Forró
Ferrovia do forró
Nunca mais sentou o pó
Forró Forró Forró Forró
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Contando a História do forró
Forró instrumental enquanto um texto é exibido na tela contando a história do forró.
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Baião é um gênero de música e dança popular da região Nordeste do Brasil, derivado de um tipo de lundu, denominado "baiano", de cujo nome é corruptela.[1]O baião utiliza muito os seguintes instrumentos musicais: viola caipira, triângulo, flauta doce e acordeão (também chamado de sanfona). A rabeca é apontada como o instrumento característico do Baião, dada a sonoridade lembrar a da sanfona que por sua vez seria a mais identificado quando o ritmo se tornou conhecido nacional e internacionalmente [2]. Os sons destes instrumentos são intercalados ao canto. A temática do baião é o cotidiano dos sertanejos e das dificuldades da vida dos tais, como na canção "Asa Branca" que fala do sofrimento do sertanejo em função da seca nordestina.
Foi na segunda metade da década de 1940 que o baião tornou-se popular, através dos músicos e radialista Luiz Gonzaga (conhecido como o “rei do baião”) e Humberto Teixeira (“o doutor do baião”), abrindo caminho para outros artistas que ficariam muito conhecidos como Sivuca e Carmélia Alves.
O baião ainda influenciaria o trabalho de muitos artistas contemporâneos, tendo renascido o interesse pelo gênero ainda na década de 1970 com o advento da "Tropicália" e como influência marcante nos trabalhos de músicos nordestinos desde então.
Baião
Luiz Gonzaga
Eu vou mostrar pra vocês
Como se dança o baião
E quem quiser aprender
É favor prestar atenção
Morena chegue pra cá
Bem junto ao meu coração
Agora é só me seguir
Pois eu vou dançar o baião
Eu já dancei balancê
Xamego, samba e xerém
Mas o baião tem um quê
Que as outras danças não têm
Quem quiser é só dizer
Pois eu com satisfação
Vou dançar cantando o baião
Eu já cantei no Pará
Toquei sanfona em Belém
Cantei lá no Ceará
E sei o que me convém
Por isso eu quero afirmar
Com toda convicção
Que sou doido pelo baião
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De Onde Vem o Baião
Gal Costa
De baixo do barro do chão da pista onde se dança
Suspiro uma sustança sustentada por um sopro divino
Que sobe pelos pés da gente e de repente se lança
Pela sanfona afora pega o coração do menino
De baixo do barro do chão da pista onde se dança
É como se Deus irradiasse uma forte energia
Que sobe pelo chão e se transforma em ondas de baião, xaxado e xote
E balança a trança do cabelo da menina e quanta alegria!
(Refrão)
De onde é que vem o baião?
Vem debaixo do barro do chão
De onde é que vem o xote e o xaxado?
Vem debaixo do barro do chão
De onde é que vem a esperança, a sustança espalhando o verde dos teus olhos pela plantação
Vem debaixo do barro do chão
De onde é que vem o lundu?
Vem debaixo do barro do chão
De onde é que vem o baião?
Vem debaixo do barro do chão
E o maracatu, menina?
Vem debaixo do barro do chão
De onde é que vem o samba?
Vem debaixo do barro do chão
O afoxé?
Vem debaixo do barro do chão
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Foi declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO no ano de 2012.
Surgido em Pernambuco no fim do século XIX, o frevo caracteriza-se pelo ritmo extremamente acelerado. Muito executado durante o carnaval, eram comuns conflitos entre blocos de frevo, em que capoeiristas saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte.
A capoeira, luta desenvolvida por escravos africanos em solo brasileiro e que tem em Pernambuco um de seus berços, influenciou diretamente as origens do frevo. Na foto, capoeiristas em Olinda.
O frevo é uma criação de compositores de música ligeira, feita para o carnaval para proporcionar mais animação nos folguedos. Com o decorrer do tempo, o frevo ganhou características próprias.
Pintando a Cara
Banda de Pau e Corda
Pintando a cara
Apareceu aquela alegria
Aquela magia
Da felicidade
O riso maior que a boca
A boca maior que a vida
Pintando a cara
Ele segura a sua sombrinha
E pula que pula
O frevo rasgado
E bebe que bebe
A sua loirinha
Pintando a cara
Ele se esconde
Da pele que é sua
E sai com coragem
No meio da rua
E segue que segue
O bloco que passa
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Frevo Na Multidão
Agepê
Olha que o frevo chegou de repente
Só entra no frevo quem sente
O frevo no coração
Quando piso em Pernambuco
No frevo eu fico maluco
No meio da multidão
E nesses três dias de festa
O povo se manifesta
Com a sombrinha na mão
E nesses três dias de festa
O povo se manifesta
Com a sombrinha na mão
Inocentes do Rosarinho
Capiba abre caminho
O frevo se espalha no ar
Vem moreninha linda
Vamos partir para Olinda
Pra gente cantar e pular
Eis que surge Bola de Ouro
É um tremendo estouro
Beleza sem par
E nesse turbilhão de alegria
Tem batuta de água fria
Vou me acabar
E nesse turbilhão de alegria
Tem batuta de água fria
Vou me acabar
Que beleza de Pernambuco
Vamos'imbora
Olha que o frevo chegou de repente
Só entra no frevo quem sente
O frevo no coração
Quando piso em Pernambuco
No frevo eu fico maluco
No meio da multidão
E nesses três dias de festa
O povo se manifesta
Com a sombrinha na mão
E nesses três dias de festa
O povo se manifesta
Com a sombrinha na mão
Vai
Inocentes do rosarinho
Capiba abre caminho
O frevo se espalha no ar
Vem moreninha linda
Vamos partir para Olinda
Pra gente cantar e pular
Eis que surge Bola de Ouro
É um tremendo estouro
Beleza sem par
E nesse turbilhão de alegria
Tem batuta de água fria
Vou me acabar
E nesse turbilhão de alegria
Tem batuta de água fria
Vou me acabar
Vai
Quero ver
Vamos'imbora
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Me Segura Que Senão Eu Caio
Alceu Valença
Nos quatro cantos cheguei
E todo mundo chegou
Descendo ladeira
Fazendo poeira
Atiçando o calor
E na mistura colorida da massa
Fui bater na praça a todo vapor
Descambei passando pelos bares
Cheirei a menina e voei pelos ares
No pique do frevo caí como um raio
Me segura que senão eu caio
Me segura que senão eu caio
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Vassourinha Elétrica
Moraes Moreira
Varre, varre, varre vassourinhas
Varreu um dia as ruas da Bahia
Frevo, chuva de frevo e sombrinhas
Metais em brasa, brasa, brasa que ardia
Varre, varre, varre vassourinhas
Varreu um dia as ruas da Bahia
Abriu alas e caminhos pra depois passar
O trio de Armandinho, Dodô e Osmar (bis)
E o frevo que é pernambucano, ui, ui, ui, ui
Sofreu ao chegar na Bahia, ai, ai, ai, ai
Um toque, um sotaque baiano, ui, ui, ui, ui
Pintou uma nova energia, ai, ai, ai, ai
Desde o tempo da velha fubica, hahahahaha...
Parado é que ninguém mais fica
É o frevo, é o trio, é do povo
É o povo, é o frevo, é o trio
Sempre junto fazendo o mais novo (bis)
Carnaval do Brasil
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MaracatuMaracatu é um ritmo musical, dança e ritual de sincretismo religioso com origem no estado brasileiro de Pernambuco.
Conforme o "baque" ou batida, existem dois tipos: Baque Virado (Maracatu Nação) e Baque Solto (Maracatu Rural). O primeiro, bastante comum na área metropolitana do Recife, é o mais antigo ritmo afro-brasileiro; e o segundo é característico da cidade de Nazaré da Mata (Zona da Mata Norte de Pernambuco).
É caracterizado pelo uso predominante de instrumentos de percussão de origem africana. Com ritmo intenso e frenético, teve origem nas congadas, cerimônias de coroação dos reis e rainhas da Nação negra.
Na percussão chama-se a atenção os grandes tambores, chamados alfaias que são tocados com talabartes (baquetas especiais para o instrumento). Estes dão o ritmo ou o baque da música e são acompanhados pelos caixas ou taróis, ganzás e um gonguê ou agogô.
Há poucos anos houve um movimento de reação sócio-cultural em Recife que fundiu o ritmo maracatu com a influência da música eletrônica. Assim surgiu o movimento Manguebeat, criado por Chico Science, um maracatu moderno. Outras referências são a Nação Zumbi, a Mundo Livre S/A, a Mestre Ambrósio, entre outros seguidores do movimento.
Maracatu
Alceu Valença
Zabumba de bombos,
Estouro de bombas,
Batuques de ingonos,
Cantigas de banzo,
Rangir de ganzás...
Luanda, Luanda, aonde estás?
Luanda, Luanda, aonde estás?
As luas crescentes
De espelhos luzentes,
Colares e pentes,
Queixares e dentes
De maracajás...
Luanda, Luanda, aonde estás?
Luanda, Luanda, aonde estás?
A balsa do rio
Cai no corrupio
Faz passo macio,
Mas toma desvio
Que nunca sonhou...
Luanda, Luanda, aonde estou?
Luanda, Luanda, aonde estou?
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Carimbó
O Carimbó é um ritmo musical amazônico e também uma dança de roda de origem indígena, típica da região norte do estado do Pará, no Brasil, influenciado por negros (percussão e sensualidade) e portugueses (palmas e sopro). O nome também se aplica ao tamborutilizado nesse estilo musical, chamado de "Curimbó".
Na forma tradicional, o Carimbó é chamado de "pau e corda", peculiar pela batida do tambor curimbó acompanhado por banjo e maraca. Referido em algumas bibliografias como “samba de roda do Marajó” e “baião típico de Marajó”.
O carimbó é considerado um gênero de dança de origem indígena, porém, como diversas outras manifestações culturais brasileiras, miscigenou-se, recebendo outras influências, principalmente da cultura negra. O ritmo sofreu repressão/proibição por séculos devido a origem, chegou inclusive ser proibido no município de Belém (capital do Pará) através da repressão governamental no “Código de Posturas de Belém”, de 1880, no capítulo específico intitulado “Das bulhas e vozeiras”.
"É proibido, sob pena de 30.000 reis de multa: (...) Fazer bulhas, vozerias e dar autos gritos (...). Fazer batuques ou samba. (...) Tocar tambor, carimbó, ou qualquer outro instrumento que perturbe o sossego durante a noite, etc."
Nas últimas décadas, o carimbó ressurgiu como música regional e como uma das principais fontes rítmicas (matriz) de gêneros contemporâneos, como lambada e tecnobrega. A expressão cultural espalhou-se também pela Região nordeste do Brasil, atualmente está muito associado as festividades religiosas e, tornou-se patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em setembro de 2014.O registro foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(IPHAN).
"Carimbó" do tupi "korimbó", originado do instrumento de percussão indígena, junção de "curi" (pau oco) e "m’bó" (furado), significando “pau que produz som". Devido a forte presença do instrumento "curimbó", tambor que marca o rítmo, feito artesanalmente com a escavação de um tronco de árvore, encoberto com couro de animal e afinado ao calor do fogo.
História:
É difícil afirmar com exatidão onde surgiu o ritmo, disputam a localidade de Marapanim e a Ilha de Marajó. Sendo a música preferida pelos pescadores e agricultores paraenses, embora não conhecida como carimbó, sendo apenas uma representação rimada dos aspectos da vida simples recitada pelos ribeirinhos, acompanhado pelo curimbó. O festejo normalmente ocorria após a pescaria e o plantio.
Sinha Pureza
Pinduca
Olê lê olá lá,misturei carimbó siriá
Carimbó sirimbó é gostoso
é gostoso em Belém do Pará
Vou ensinar a sinhá pureza
A dançar o meu sirimbó
Sirimbó que remexe mexe
Sirimbó da minha vovó
Vai dançando sinhá pureza
Rebolando pode requebrar
Carimbó, sirimbó é gostoso
É gostoso em Belém do Pará
Ô lêlê ô lalá
Misturei carimbó e siriá
Carimbó sirimbó é gostoso
É gostoso em Belém do Pará
Olê lê olá lá,misturei carimbó siriá
Carimbó sirimbó é gostoso
é gostoso em Belém do Pará
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Sirimbó
Sirimbó
Chico Cesar
Para dançar sirimbó
Arriba a saia meu bem sirimbó
Não importa se é secretária
Se a conta bancária tem fundos ou não
Se é professora ou dentista
se vai ao analista
Se tem uma paixão
Para dançar sirimbó
Arriba a saia meu bem sirimbó
Se curte Madonna ou Pinduca
Se é doida ou maluca
Certinha ou zen
A moça que vai na paulista também é farrista
Serimba também
Para dançar sirimbó
Arriba a saia meu bem sirimbó (3x)
Se é traficante de coca
Se come pipoca antes da matinê
Se chega tarde na escola
Meu bem não enrola serimba você
Para dançar sirimbó
Arriba a saia meu bem sirimbó
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Siriá
A Dança Do Siriá
Roberto Leal
Siriá, meu bem siriá.
Estava dormindo, vieram me acordar.
Siriá, meu bem siriá.
Estava dormindo, vieram me acordar.
Se eu soubesse, não vinha do mato.
Pra tirar sarará do buraco.
Se eu soubesse, não vinha do mato.
Pra tirar sarará do buraco.
Ah! Como é bom pescar à beira-mar em noite de luar!
Ah! Como é bom pescar à beira-mar em noite de luar!
Maçariquinho na beira da praia, como é que a mulher
levanta a saia?
Maçariquinho na beira da praia, como é que a mulher
levanta a saia?
É assim, é assim, é assim o lê lê.
É assim que a mulher levanta a saia.
É assim, é assim, é assim o lê lê.
É assim que a mulher levanta a saia.
Siriá, meu bem siriá.
Estava dormindo, vieram me acordar.
Siriá, meu bem siriá.
Estava dormindo, vieram me acordar.
Se eu soubesse, não vinha do mato.
Pra tirar sarará do buraco.
Se eu soubesse, não vinha do mato.
Pra tirar sarará do buraco.
Bate o pé no chão, morena.
Bate o pé no chão, morena.
Bate o pé no chão, morena.
Bate o pé no chão, morena.
Ah! Como é bom pescar à beira-mar em noite de luar!
Ah! Como é bom pescar à beira-mar em noite de luar!
Siriá, meu bem siriá.
Estava dormindo, vieram me acordar.
Siriá, meu bem siriá.
Estava dormindo, vieram me acordar.
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Xaxado
O xaxado foi difundido pelo Nordeste brasileiro por Lampião e seu bando.
Xaxado é uma dança popular brasileira originada no Sertão de Pernambuco.
Foi muito praticada no passado pelo cangaço da região, em celebração às suas vitórias.
A palavra xaxado é uma onomatopeia do barulho xa-xa-xa, que os dançarinos fazem ao arrastar as alpercatas no chão durante a dança.
Há controvérsias, sobre a origem do xaxado. Alguns pesquisadores, como Benjamin e Luís da Câmara Cascudo, afirmam que é uma dança originária do alto Sertão de Pernambuco, outros que ela tem sua origem em Portugal e alguns outros ainda dizem que sua origem é indígena.
O xaxado foi difundido como uma dança de guerra e entretenimento pelos cangaceiros, notoriamente do bando de Lampião, no inicio dos anos 1920, em Vila Bela, atual Serra Talhada. Na época, tornou-se popular em todos os bandos de cangaceiros espalhados pelos sertões nordestinos. Era uma dança exclusivamente masculina, por isso nunca foi considerada uma dança de salão, mesmo porque naquela época ainda não havia mulheres no cangaço. Faziam da arma a dama. Dançavam em fila indiana, o da frente, sempre o chefe do grupo, puxava os versos cantados e o restante do bando respondia em coro, com letras de insulto aos inimigos, lamentando mortes de companheiros ou enaltecendo suas aventuras e façanhas.
Originalmente a estrutura básica do xaxado é da seguinte forma: avança o pé direito em três e quatro movimentos laterais e puxa o pé esquerdo, num rápido e deslizado sapateado. Os passos estão relacionados com gestos de guerra, são graciosos porém firmes. A presença feminina apareceu depois da inclusão de Maria Bonita e outras mulheres ao bando de Lampião. O nome "xaxado" não era só por causa dos barulhos das sandálias. O xaxado pode ser visto de varias maneiras de acordo com o seu ponto de vista por exemplo: A dança do xaxado é vista uma dança rica em sua cultura e extremamente folclórica que tem seus estilos naturais e sem alterações. Porém a sua música seja agressiva e satíricas ,motivos pelo qual a Câmara Cascudo considerou o xaxado com uma variante do parraxaxá, um canto de insulto dos cangaceiros, executados nos intervalos das descargas de seus fuzis contra a polícia. O rifle na época substituia a mulher, como dizia o cantor e compositor Luiz Gonzaga, um dos grandes divulgadores do xaxado.O rifle é a dama. E seus instrumentos eram o pífano, zabumba, triângulo e a sanfona.
Indumentária.
As roupas eram sempre em tons marrons e cáqui, de couro para que se protegessem dos espinhos da caatinga do sertão e sempre acompanhadas do rifle e da alpercata do mesmo material.
Xaxado
Luiz Gonzaga
Xaxado é dança macha
Dos cabra de Lampião
Xaxado, xaxado, xaxado
Vem lá do sertão
Xaxado, meu bem, xaxado
Xaxado vem do sertão
É dança dos cangaceiros
Dos cabras de Lampião
Quando eu entro no xaxado
Ai meu Deus
Eu num paro não
Xaxado é dança macha
Primo do baião
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Óia Eu Aqui de Novo
Luiz Gonzaga
Óia eu aqui de novo, xaxando
Óia eu aqui de novo, para xaxar
Vou mostrar pr'esses cabras
Que eu ainda dô no couro
Isso é um desaforo
Que eu não posso levá
Óia eu aqui de novo, cantando
Óia eu aqui de novo, xaxando
Óia eu aqui de novo, mostrando
Como se deve xaxar
Vem cá morena bela, vestida de chita
Você é a mais bonita desse meu lugá
Vai chamá Maria, chamá Luzia
Vai chamá Zabé, chamá Requé
Diz que tô aqui com alegria
Seja noite ou seja dia
(Eu tô aqui pra ensiná: Xaxado)
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Xote
Xote é um ritmo musical dançante executado por diversos cantores e conjuntos de forró. É um ritmo dançante muito tocado nas festas juninas em diversos estados do Nordeste brasileiro.
O xote gaúcho é uma variação do rítmo, tocado no extremo sul do Brasil.
A palavra xote teve origem na palavra alemã "schottisch", que significa escocesa, pois a dança inicialmente era uma referência à polca escocesa.
O "schottsch" chegou ao Brasil em 1851, através do português José Maria Toussaint. Inicialmente era difundida apenas entre a elite mas, não demorou muito para os escravos se interessarem, e através de observações, acabaram adaptando a coreografia para seu próprio jeito, com mais giros e movimentos, passando a ser conhecido com o nome de xótis ou xote.
O xote tornou-se uma dança típica do Nordeste do Brasil. É tocado por uma banda composta principalmente de sanfona, pandeiro e triângulo.
Há outro tipos, como o xote carreirinha, onde os casais correm no mesmo rumo, muito comum no Rio Grande do Sul, e o xote de sete volta, em que o casal tem que dar voltas pelo salão, em uma direção, depois em direção contrária.
Só Xote
Luiz Gonzaga
Sanfoneiro, toque o xote
Toque o xote que eu quero xotear
Nesse xote, eu danço a noite inteira
Xoteando para o povo apreciar bis
Dançar xote
Com quem sabe é bom demais
Tenho certeza que dança melhor não há
Por isso, eu peço
Sanfoneiro toque xote, toque o xote
Toque o xote, que eu quero xotear
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Xote das Meninas
Luiz Gonzaga
Mandacaru quando fulôra na seca
É o sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjoa da boneca
É sinal que o amor já chegou no coração
Meia comprida, não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado não quer mais vestir timão
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
Ela só quer só pensa em namorar
De manhã cedo, já tá pintada
Só vive suspirando, sonhando acordada
O pai leva ao doutô
A filha adoentada
Não come, não estuda, não dorme, não quer nada
Mas o doutô nem examina
Chamando o pai de lado
Lhe diz logo em surdina:
O mal é da idade
E que pra tal menina
Não há um só remédio em toda a medicina
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Xote dos Milagres
Falamansa
Escrevi seu nome na areia
O sangue que corre em mim sai da tua veia
Veja só, você é a única que não me dá valor
Então por que será que este valor é o que eu ainda quero ter
Tenho tudo nas mãos, mas não tenho nada
Então melhor ter nada e lutar pelo que eu quiser
Ê, mas pera aê
Ouça o forró tocando e muita gente aê
Não é hora pra chorar
Porém não é pecado se eu falar de amor
Se eu canto sentimento seja ele qual for
Me leva onde eu quero ir
Se quiser também pode vir
Escuta o meu coração
Que bate no compasso da zabumba de paixão
Ê pra surdo ouvir, pra cego ver
Que este xote faz milagre acontecer
Ê pra surdo ouvir, pra cego ver
Que este xote faz milagre acontecer
Ê pra surdo ouvir, pra cego ver
Que este xote faz milagre acontecer
Ê pra surdo ouvir, pra cego ver
Falamansa faz milagre acontecer
****************************************************** Maxixe
O Maxixe ou tango brasileiro, é um tipo de dança de salão brasileira criada por afrodescendentes que esteve em moda entre o fim do século XIX e o início do século XX. Teve a sua origem no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX, mais ou menos quando o tango também dava os seus primeiros passos na Argentina e no Uruguai, do qual sofreria algumas influências. Dançada a um ritmo rápido de 2/4, notam-se também influências do lundu, das polcas e das habaneras. Por isso mesmo, o maxixe é chamado por alguns de tango brasileiro. Alguns relatos afirmam também uma diferença com relação à harmonia, sendo a do tango brasileiro (como os de Ernesto Nazareth) um pouco mais complexa do que de seu "irmão", o maxixe.
Foi criado pelos chorões, conjuntos instrumentais de choro, fazendo uma variante altamente sincopada da habanera, gênero cubano que também era chamado tango-habanera (o primeiro uso da palavra "tango" é datado de 1823, em Havana,[1]) e que, na sua variante brasileira, passou a ser chamado "tango brasileiro". Até o advento do samba, o maxixe foi o gênero dançante mais importante do Rio de Janeiro.[2]
Maxixe da Zeferina
Chiquinha Gonzaga
Sou mulata brasileira
Sou dengosa feiticeira
A flor do maracujá
A flor do maracujá
Minha mãe foi trepadeira
Ela arteira e eu arteira
Inigualmente a trepar
Inigualmente a trepar
Pança com pança
Bate com jeito
Entra na dança
Quebra direito
Quebra direito
Esse maxixe
Quase me mata
Não se enrabiche
Pela mulata
Pela mulata
Este maxixe
Quase me mata
Não se enrabiche
Pela mulata
Pela mulata
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Polca
A Polca foi muito famosa no Brasil na época de 1858, com muitas danças criadas desse estilo pela compositora brasileira Chiquinha Gonzaga.
Atraente
Chiquinha Gonzaga
Atraente
Chiguinha Gonzaga
Rebola bola e atraente vai
Esmigalhando os corações com o pé
E no seu passo apressadinho, tão miúdo, atrevidinho
Vai sujando o meu caminho, desfolhando o mau me quer
Se bem que quer, seja se quer ou não
Bem reticente, ela só faz calar
Ela é tão falsa e renitente, que até,
Atrai só o seu pensar
Como é danada
perigosa
vaidosa
desastrosa
escandalosa
rancorosa
e rancorosa
incestuosa
e tão nervosa
e bota tudo em polvorosa, quando chega belicosa
bota tudo pra perder
Amour, amour
Tu jure amour, trè bien
Mas joga fora esta conversa vã
Não vem jogarO calor está abrasad
Faz bola de papel
E na janela de papelotes
A Berenice namorisca
Um curriel
À reclamar silêncio
Surge o seu Fulgêncio
Um de bom comendador
Sim, porque nesta altura
Chega o padre cura
Com o corregedor
Entra o Souza
Que vem pisando em ovos
Com as botas de verniz
Enquanto a esposa
De olhos em alvo
Fica torcendo
Os cabelinhos do nariz
Por traz de uma cortina
Vê-se a Minervina
Que é mais preta
Que um tição
E diz entre risadas
Quebra dona Alice
Quebra seu Beltrão
Atenção acordes na Dalila
Seu Gil vai recitar
Formam roda
E o moço encalistrado
Começa a gaguejar
Tem um chá
Bolinhos de polvilho
E outros triviais
São onze oras
Apague o gás
E assim termina
O bailarico das Novaes
E tome polca
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Canta Canta, Minha Gente
Martinho da Vila
Canta Canta, minha Gente.
Deixa a tristeza pra lá.
Canta forte, canta alto,
Que a vida vai melhorar.
Que a vida vai melhorar.
Que a vida vai melhorar.
Que a vida vai melhorar.
Que a vida vai melhorar.
Cantem o samba de roda,
O samba-canção e o samba rasgado.
Cantem o samba de breque,
O samba moderno e o samba quadrado.
Cantem ciranda, o frevo,
O côco, maxixe, baião e xaxado,
Mas não cantem essa moça bonita,
Porque ela está com o marido do lado.
Canta Canta, minha gente.
Deixa a tristeza pra lá.
Canta forte, canta alto,
Que a vida vai melhorar.
Que a vida vai melhorar.
Que a vida vai melhorar.
Mas a vida vai melhorar.
A vida vai melhorar.
Quem canta seus males espanta
Lá em cima do morro
Ou sambando no asfalto.
Eu canto o samba-enredo,
Um sambinha lento e um partido alto.
Há muito tempo não ouço
O tal do samba sincopado.
Só não dá pra cantar mesmo
É vendo o sol nascer quadrado.
Canta Canta, minha gente.
Deixa a tristeza pra lá.
Canta forte, canta alto,
Que a vida vai melhorar.
Que a vida vai melhorar.
Que a vida vai melhorar.
Mas eu disse: Que vai melhorar.
Que a vida vai melhorar.
Ora se vai melhorar.
Que a vida vai melhorar.
Mas será que vai melhorar?
Que a vida vai melhorar.
Eu já vou é me mandar.
Que a vida vai melhorar.
Que a vida vai melhorar.
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Calango
O Calango é um ritmo musical característico da cultura fluminense rural, tocado em bailes e festas do interior, que envolve uma dança bailada em dupla. É executado por dois ou mais cantadores que se postam lado a lado e jogam alguns versos memorizados (o refrão) e, principalmente, improvisos. Vera de Vives (1977) aponta diferenças entre o “calango-de-baile” e a lera, sendo um cantado com versos decorados e o outro apenas como desafio de rimas entre os calangueiros – termo utilizado para se referir aos repentistas do Calango. Embora seja comum associar o Calango ao interior do estado do Rio de Janeiro, alguns calangos podem ser rastreados até o norte de Minas Gerais. Registros do Calango podem ser encontrados também na área rural do estado de São Paulo e do Espírito Santo.
Segundo relato gravado no documentário “Calangos e Calangueiros”, produzido em 2007 por Flávio Cândido para o Edital de apoio a documentários etnográficos sobre patrimônio cultural imaterial – Etnodoc, a importância do Calango à região se deve ao uso desse gênero musical em pousadas de folia, com o objetivo de entreter os moradores e angariar fundos para uma festa típica local.
A característica musical do Calango é a sanfona (de oito baixos), embora a viola seja quase indispensável. O seu ritmo binário é conduzido por instrumentos como o pandeiro, a caixa, o reco-reco e o chocalho, constantemente batido como toada ligeira. O violão e cavaquinho também acompanham o conjunto musical. A melodia é invariavelmente a mesma, repetida a cada estrofe, seguindo um padrão de quatro ou seis versos improvisados, em que o primeiro verso deve rimar com o terceiro e o segundo deve rimar com o quarto e, quando houver, com o sexto verso, assim sucessivamente de acordo com a quantidade de versos. Nando Brasil (2006) aponta a “repetição de notas nos fragmentos melódicos” (p. 24) dos versos do
Calango
Alvarenga e Ranchinho
É do calango
É do calango do joá
Aprendi a cantar calango
Numa noite de Natá
Bebendo café com leite
E bolinho de fubá
É do calango
É do calango do joá
Bebi leite de cem vacas
Na porteira do curral
Não bebi de 120
Porque não quiseram dar
É do calango
É do calango do joá
Que eu andei 50 léguas
No lombo de uma preá
Mandioca no tipiti
Dá farinha e dá jubá
É do calango
É do calango do joá
Esta moda do calango
Vou cantando sem parar
Canto a moda do calango
Até o canto melhorar
É do calango
É do calango do joá
Menina de 11 anos
Chora pra me acompanhar
Quem não tem peneira fina
Não pode coar fubá
É do calango
É do calango do joá
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Calango Longo
Martinho da Vila
Calango longo
No calango tem branquinha
Se meu pai foi calangueiro
Também vou calanguear
Segura branco
Na cintura da pretinha
Deita a cabeça no ombro
E deixe o corpo balançar
Minha mãezinha
Que já tá com noventinha
Vou cantar essa modinha
Pra senhora se lembrar
Daquele tempo
Que vivia lá na roça
Com uma filha na barriga
E com o Martinho pra criar
Sou calangueiro
Partideiro, cirandeiro
E só não fui sanfoneiro
Por preguiça de tocar
Sou amarrado
Nesse som da minha terra
Vou lá pro alto da serra
Com você calanguear
Menininha, bonitinha
Vem comigo que você vai gostar
Vê se mora no som desse calango
E vê logo que é bom de se dançar
Meu neguinho, vamos embora
Já e hora de se mandar
Amanhã eu vou ter que acordar cedo
E bem cedo eu vou ter que trabalhar
Minha gente sertaneja
Dá licença pro sambista falar
Eu botei contrabaixo no calango
Mas juro que foi pra melhorar
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Calango Vascaíno
Martinho da Vila
Eu quis namorar a pobre
Pobretão não quis deixar
Só queria moço rico
Pra com ela namorar
Eu quis namorar a rica
Henricão não quis deixar
Pois sonhou com moço nobre
Pra com ela se casar
Tentei namorar a preta
O negão não quis deixar
Tinha que ser moço louro
Pra poder chegar pra lá
Tentei namorar a loira
Seu loiro não quis deixar
Tinha que ser bem moreno
Pra poder miscigenar
Tô sem consolo
Ninguém vem me consolar
Vou cantando meu calango
Que é pra vida melhorar
O meu calango
Até a vida melhorar
E minha única alegria é ver o Vasco jogar
Minha alegria
É ver o Vasco jogar
Eu tô cansado da derrota
Mas não vou me entregar
É de derrota
Mas não vou me entregar
E se a morte é um descanso
Eu não quero descansar
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Calango da Lua
Martinho da Vila
Se a lua brilha
Lá no alto da montanha
Eu só fico apreciando
A beleza do luar
E me lembrando
Do meu tempo de criança
Quando eu só enchia a pança
Sem ter que me preocupar
Jogava bola
E pulava amarelinha
Gazetiava na escola
E rodava o meu pião
Com atiradeira
Eu caçava uma rolinha
E curtia uma fogueira
No dia de São João
Se a lua brilha
Deixa a lua brilhar
Se a sanfona tá tocando
Deixa a sanfona tocar
Deixa a sanfona tocar
Que eu vou pensando num verso
Pra poder improvisar
Pra poder calanguear
Pegue na cintura dela
E jogue o corpo devagar
Que a vida é muito curta
Temos que aproveitar
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Coco
O coco é um ritmo típico da Região Nordeste do Brasil. Há controvérsias sobre o estado em que se originou, sendo citados os estados de Pernambuco, da Paraíbae de Alagoas. O nome refere-se também à dança ao som deste ritmo.
"Coco" significa cabeça, de onde vêm as músicas, de letras simples. Com influência africana e indígena, é uma dança de roda acompanhada de cantoria e executada em pares, fileiras ou círculos durante festas populares do litoral e do sertão nordestino. Recebe várias nomenclaturas diferentes, como pagode, zambê, coco de usina,coco de roda, coco de embolada, coco de praia, coco do sertão, coco de umbigada, e ainda outros o nominam com o instrumento mais característico da região em que é desenvolvido, como coco de ganzá e coco de zambê. Cada grupo recria a dança e a transforma ao gosto da população local.
O som característico do coco vem de quatro instrumentos (ganzá, surdo, pandeiro e triângulo), mas o que marca mesmo a cadência desse ritmo é o repicar acelerado dos tamancos(que são usados para imitar o barulho do coco sendo quebrado). A sandália de madeira é quase como um quinto instrumento, talvez o mais importante deles. Além disso, a sonoridade é completada com as palmas. Existe uma hipótese que diz que o surgimento do coco se deu pela necessidade de concluir o piso das casas no interior, que antigamente era feito de barro. Existem também hipóteses de que a dança teria surgido nos engenhos ou nas comunidades de catadores de coco.
Côco Social
Jackson do Pandeiro
Ele é pernambucano, do canavial
Veio pro salão, é social. (coro-repete)
Madame na boate fica solfejando
Ao som da champanhota diz: o coco é bom!
O musicista toca sem sair do tom
Toda gente bem fica admirando
Disse o criminalista: esse coco mata!
É super bizantino diz o general
Jacinto de Thormes na pena não dorme
E diz o coco é bom, é social. (bis)
Ele é pernambucano, do canavial...
Veio pro salão, é social. (coro-repete)
O diplomata canta baixo na surdina
O financista gosta e faz anotação
Banqueiro financia, pois vale um milhão
Diz a dama de preto, é dança granfina
Jurista de renome aconselha o povo
O almirante diz: ele é nacional
Ibrahim Sued esforço não mede
E diz o coco é bom; é social. (bis)
Ele é pernambucano, do canavial
Veio pro salão, é social. (coro-repete)
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Coco do Norte
Jackson do Pandeiro
Oi responda esse coco com palma de mão
Isso é coco do Norte, nunca foi baião.
No coco do Norte tem caracaxá
Zabumba, ganzá, poeira do chão
Coqueiro fazendo improvisação
Compadre e comadre seguro na mão
Batendo umbigada com palma de mão.
Tem coco praieiro na terra batida
Que é dança querida na beira do mar
O vento a soprar, a onda quebrando
A lua espiando com satisfação
Isso assim é coco, nunca foi baião
No coco do Norte tem Pedro, tem Joca
Tem Dida, tem Noca, tem Paulo, tem João
Tem Chica Cancão, Didi Sebastiana
Dedé e Joana na palma da mão
Isso assim é coco nunca foi baião.
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Coco de Improviso
Quem roubou meu sabiá
Fique sabendo bem caro tem que pagar!
Joguei meu limão p
Triste da moça solteira
Que cai na boca do mundo
Quem roubou meu sabiá
Fique sabendo bem caro tem que pagar!
Quem viajar para o Norte
Se achar um lenço, é meu
Com uma letrinha na ponta
Foi meu amor quem me deu
Quem roubou meu sabiá
Fique sabendo bem caro tem que pagar!
O trovão ronca na serra
E saudade vem me dar
Da festa de Tapuã
No dia de Iemanjá
Quem roubou meu sabiá
Fique sabendo bem caro tem que pagar!
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Coco do M
Jacinto Silva
Mané mandou
Maria, Matheu
E Murilo mandou o meu
martelo e meia má
Quando canto esse côco
A minha língua treme
Quem fizer outro côco em M
Eu amarro e mando matar
Eu sou um matuto moço
Morou no mato é madeira
Mandioca, manipuêra
Marco modo de mudar
Mandei Matias
amarrar mói de marmeleiro Malaquia.
Marinheiro, mangueiro e maracujá.
Mané mandou
Maria, Matheu
E Murilo mandou o meu
martelo e meia má
Quando canto esse côco
A minha língua treme
Quem fizer outro côco em M
Eu amarro e mando matar
Mulher maldosa, Madalena, macumbeba,
maniçoba, manipepa, manguito, mero e mangar
Melão maduro, morcego, mosqueiro e muro
Mofino, medo e monturo, mamoeiro e miramar
Mané mando
Maria, Mate
E Murilo mndou o meu
martelo e meia má
Quando canto esse côco
A minha língua treme
Quem fizer outro côco em M
Eu amarro e mando matar
Mestre Matoso, morador Mendes Medeiro
morava em Monteiro de milho mole, munguzá
malicioso, mungangueto e macumbeiro
Esse meu côco é maneiro mas é ruim de se cantar.
Mané mandou
Maria, Matheu
E Murilo mandou o meu
martelo e meia má
Quando canto esse côco
A minha língua treme
Quem fizer outro côco em M
Eu amarro e mando matar
******************************************************
Lundu
O lundu, também conhecido como landum, lundum e londu, é uma dança e canto de origem africana introduzido no Brasil provavelmente por escravos de Angola.
Originado no batuque africano, o lundu em fins do século XVIII não era ainda uma dança brasileira, mas uma dança africana do Brasil, e começou a ser mencionado em documentos históricos a partir de 1780.
Musicólogos afirmam que o samba tem sua origem no lundu, por via do maxixe, mas há controvérsias quanto a esse ponto.
Lundu Chorado
Nei Lopes
Sinhá na rede dormindo
Duas mucamas ao lado
Cena de um tempo passado
Que outro poeta escreveu
Em meio ao sono a senhora
Vai toda se amolengando
Está, por certo, sonhando
Com certo alguém que sou eu
Eu não sou ralador
Para o coco ralar
Não sou de salvador
Nem belém do pará
Meu claro senhor
Olhe sua sinhá
Ta me olhando com dengo
Para me enfeitiçar
Calma de flor de laranja
Pele de manga madura
Gostinho bom de verdura
Fonte fazendo chuá
Voz de viola chorando
Olhos como a estrela d'alva
Restos de origem fidalga
Eis o perfil da sinhá
Eu não sou ralador
Para o coco ralar
Não sou de salvador
Nem belém do pará
Meu claro senhor
Olhe sua sinhá
Ta me olhando com dengo
Para me enfeitiçar
Não por ser branca e senhora
Mas por ser boa e bonita
É que a senhora me agita
Faz-me a viola chorar
Claro senhor, não se atreva
Que eu tenho cá meus motivos
Eu só me faço cativo
Se for pra sua sinhá
Eu não sou ralador
Para o coco ralar
Não sou de salvador
Nem belém do pará
Meu claro senhor
Olhe sua sinhá
Ta me olhando com dengo
Para me enfeitiçar
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Lundú da Rapariga
Alcione
Bambaquerê
Bate barriga, oi sinhá
No meu lundu, Lê Lê Lê
Da rapariga, oi sinhá
Sou um velho lunduzeiro
Teu amor eu quero amar
Teu carinho gemedeiro
Arde mais que vatapá
No gemido da viola
No tremido do ganzá
Teu umbigo me consola
Teu suspiro faz sonhar
Bambaquerê
Bate barriga, oi sinhá
No meu lundu, Lê Lê Lê
Da rapariga, oi sinhá
Tua mão assanhadeira
Faz a rede se enroscar
Tua boca bulideira
Bole a luz do meu olhar
Sob a luz do candeeiro
Ou no brilho do luar
O teu corpo moreneiro
Vem o meu amenizar
Bambaquerê...
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Catira
A catira também pode ser chamada de cateretê , é uma dança do folclore brasileiro, em que o ritmo musical é marcado pela batida dos pés e mãos dos dançarinos. De origem híbrida, com influências indígenas, africanas e europeias, a catira (ou "o catira") tem coreografia executada no Brasil, (boiadeiros e lavradores) e pode ser formada por seis a dez componentes e mais uma dupla de violeiros, que tocam e cantam a moda.
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A Dança do Catira
Irmãs Galvão
Eu peguei na viola...
Eu peguei no violão...
Mas aqui primeiramente eu vou fazer a saudação
E a todos que estão presentes vai meu aperto de mão
Vou convidar os presentes pra nóis bater pé no chão
O catira é dança alegre
O catira é do sertão
O catira só se toca com viola e violão
Ai, ai, com viola e violão (2x)
Catireiro bate palma
Também bate o pé no chão
Catireiro dança alegre com muita satisfação
Ai, ai, com muita satisfação
Só se dança o catira em cima de um tablado
Não se pode arrastar o pé
Tem que ser sapateado
Ai, ai, tem que ser sapateado
Uma palma e o sapateado
E depois o vira vira
A dança se faz alegre no nosso catira tira
Ai, ai, no nosso catira tira
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Pra se dançar o catira
Primeiro um sapateado
Pra se dançar o catira
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Ciranda
Minha ciranda não é minha só
Pra se dançar ciranda
Refrão
Refrão
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Saudade de Caetano,
Nessa ciranda
A gente tá indo embora
Nessa ciranda
O Folclore Brasileirohttps://www.suapesquisa.com/folclorebrasileiro/folclore.htm
Bumba Meu Boi https://pt.wikipedia.org/wiki/Bumba_meu_boiFolclore
Bumba meu boi ou boi-bumbá é uma dança do folclore popular brasileiro, com personagens humanos e animais fantásticos, que gira em torno de uma lenda sobre a morte e ressurreição de um boi.
Em diversas cidades do Brasil, especialmente no Norte e no Nordeste, mas também em algumas do Sudeste, como Campos dos Goytacazes no Rio de Janeiro, existem agremiações chamadas bois que realizam cortejos ou outros tipos de apresentações, utilizando a figura do animal, tendo muitas vezes caráter competitivo.
A festa tem ligações com diversas tradições, africanas, indígenas e europeias, inclusive com festas religiosas católicas, sendo associada fortemente ao período de festas juninas.
Bate tambor, cunhã-poranga, é puro fogo no ar
Um duelo na floresta
Eu sou um índio e só sei amar
Amazônia É Boi-Bumbá
Manaus, parintins amazônia, se enfeitam pro mundo ver
É boi-bumbá, ah,ah,ah,ah,ah
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Boi Bumbá
Luiz Gonzaga
Êi boi, êi boi
Ê boi de mangangá } bis
Quem não tem chuculatêra
Não toma café nem chá
Não toma café nem chá } bis
Não toma café nem chá
Ê boi, êi boi
Ê boi do Ceará } bis
Muié segura o menino
Que eu agora vou dançá
Que eu agora vou dançá } bis
Que eu agora vou dançá
Ê boi, ê boi
Ê boi do Piauí } bis
Quem não dançá esse boi } bis
Não pode sair daqui
Não pode sair daqui
Não pode sair daqui
Ê boi, ê boi
Ê boi do Macapá } bis
Quem tá dançando esse boi
É o prefeito do lugar
É o prefeito do lugar } bis
Éo prefeito do lugar
Vamos repartir o boi, pessoa?
Vamos!..
Pra onde vai a barrigueira?
Vai pra Miguel Pereira
E a vassoura do rabo?
Vai pro Zé Nabo
De que é o osso da pá?
De Joãozinho da Fornemá
E a carne que tem na nuca?
É de seu Manuca
De quem é o quarto trazeiro?
De seu Joaquim marceneiro
E o osso alicate?
De Maria Badulate
Pra quem dou a tripa fina?
Dê para a Sabina
Pra quem mando este bofe?
Pro Doutor Orlofe
E a capado filé?
Mande para o Zezé
Pra quem vou mandar o pé?
Para o Mário Tiburé
Pra quem dou o filé miõn?
Para o doutor Calmon
E o osso da suã?
Dê para o doutor Borjan
Não é belo nem doutor
Mas é bom trabalhador
Mas é véio macho, sim sinhor
É véio macho, sim sinhor
É bom pra trabaiá
Rói suã até suar
Ê boi, ê boi
Ê boi do mangangá..
Bumba meu Boi
Jackson do Pandeiro
Tu precisa ir pro Norte
Ver Bumba meu Boi Bumbá (2x)
Ê bum bum Bumba meu Boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá
(Ê bum bum bum Bumba meu boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá)
Tu precisa ver a dança
Do reisado imperiá
Ê bum bum Bumba meu Boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá
(Ê bum bum bum Bumba meu boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá)
No dia desse festejo
Vai toda gente pra rua
Ê bum bum Bumba meu Boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá
(Ê bum bum bum Bumba meu boi
Ê Bumba meu Boi Bumbá)
Todo mundo qué espiá
A dança do Boi Bumbá!
Ê bum bum bum Bumba meu Boi...
[Repete Tudo]
Bumba meu Boi Bumbá!
Bumba meu Boi Bumbá!
Bumba meu Boi Bumbá...
Boi-Bumbá
Alice Ribeiro
Ele não sabe que seu dia é hoje
Ele não sabe que seu dia é hoje
Ele não sabe que seu dia é hoje
Ele não sabe que seu dia é hoje
O céu forrado de veludo azul-marinho
Venho ver devagarinho
Onde o Boi ia dançar
Ele pediu pra não fazer muito ruído
Que o Santinho distraído
Foi dormir sem celebrar
E vem de longe o eco surdo do bumbá
Sambando
A noite inteira encurralado
Batucando
E vem de longe o eco surdo do bumbá
Sambando
A noite inteira encurralado
Batucando
Bumba meu Pai do Campo
Bumba meu boi bumbá
Pedra de responsa
Chico César
É pedra, é pedra, é pedra
É pedra de responsa
Mamãe eu volto prá ilha
Nem que seja montado
Na onça...(2x)
Quando fui
Na ilha maravilha
Fui tratado como um paxá
Me deram arroz de cuxá
Água gelada da bilha
Cozido de jurará
Alavantú na quadrilha...
É pedra, é pedra, é pedra
É pedra de responsa
Mamãe eu volto prá ilha
Nem que seja montado
Na onça...(2x)
Quando fui
Na ilha maravilha
Fui tratado como um paxá
Me deram arroz de cuxá
Água gelada da bilha
Cozido de jurará
Alavantú na quadrilha...
É pedra, é pedra, é pedra
É pedra de responsa
Mamãe eu volto prá ilha
Nem que seja montado
Na onça...(2x)
Me levaram Boi-bumbá
Prá dançar
Eu dancei!
Me deram catuaba
Prá aprovar
Aprovei!
Me deram um cigarrim
Prá fumar
Menino, como eu gostei...(2x)
É pedra, é pedra, é pedra
É pedra de responsa
Mamãe eu volto prá ilha
Nem que seja montado
Na onça...(2x)
-"Eu volto, minha mãe
Deixa estar que eu volto
Só não sei quando"
Mamãe eu quero sucesso
Dinheiro, mulher
E champanhe
Mamãe teu filho merece
Vera Fischer
Very money
Mamãe eu quero sucesso
Dinheiro, mulher
E champanhe
Mamãe, teu filho merece
Demi Moore
Very money...(2x)
É pedra, é pedra, é pedra
É pedra de responsa
Mamãe eu volto prá ilha
Nem que seja montado
Na onça...(3x)
Mistérios da Meia-Noite
Zé Ramalho
Mistérios da Meia-Noite
Que voam longe
Que você nunca
Não sabe nunca
Se vão se ficam
Quem vai quem foi...
Impérios de um lobisomem
Que fosse um homem
De uma menina tão desgarrada
Desamparada se apaixonou...
Naquele mesmo tempo
No mesmo povoado se entregou
Ao seu amor porque?
Não quis ficar como os beatos
Nem mesmo entre Deus
Ou o capeta
Que viveu na feira...
Mistérios da Meia-Noite
Que voam longe
Que você nunca
Não sabe nunca
Se vão se ficam
Quem vai quem foi...
Impérios de um lobisomem
Que fosse um homem
De uma menina tão desgarrada
Desamparada, se apaixonou
Naquele mesmo tempo
No mesmo povoado se entregou
Ao seu amor porque?
Não quis ficar como os beatos
Nem mesmo entre Deus
Ou o capeta
Que viveu na feira...
Mistérios da Meia-Noite
Que voam longe
Que você nunca
Não sabe nunca
Se vão se ficam
Quem vai quem foi...
Impérios de um lobisomem
Que fosse um homem
De uma menina tão desgarrada
Desamparada, seu professor...
Naquele mesmo tempo
No mesmo povoado se entregou
Ao seu amor porque?
Não quis ficar como os beatos
Nem mesmo entre Deus
Ou o capeta
Que viveu na feira...
Mistérios da Meia-Noite
Que voam longe
Que você nunca
Não sabe nunca
Se vão se ficam
Quem vai quem foi...
Impérios de um lobisomem
Que fosse um homem
De uma menina tão desgarrada
Lobisomem
Djavan
Pelo vento frio que começou a bater
pela paz interior do gado
descuidado caiu do céu um pingo,
vai chover
sou um bicho perdido
um ser acuado num canto do abrigo
um lobisomem...
Adorada distante noite escura
onde Deus se flagra imaginando:
oh! Que dor me dá de ver a terra se ferrar
tá no índio, no grego,
na pele do mundo
a mancha envenenada do ciúme
assisto tudo sem crer,
sem interesse maior
vivo longe de casa e nunca pensei em voltar
assisto tudo sem ver,
nada que vejo é pior
longe da minha amada
nem Deus, nem nada me toca
dia triste, quantos ais
onde estás oh meu amor?
Com quem mais posso pensar no esplendor
dia triste, dor a mais
esplendor que se desfaz
noutros ais
quando se sofre de amor
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Lobsimem
É triste saber, que ao nascer sem roupa e sem ideia
De pouco em pouco, lobo novo pra essa alcateia
Se todo mundo é lobo e o lobo é lobo do homem
O que era sapiens virou louco, outro lobo e sentiu fome
Dispensa verdades, consome maldades, desfaz aliança
Numa certa idade, o ataque é a melhor segurança
Entendeu amizade? Seu nome é lembrança
Barulho é a guerra o silencio é sinal de vingança
Aqui não é lugar para criança e farsa, não dá confiança
Desconfiança, mudar é pagar a fiança
Recebe e fornece de herança
E a semelhança é um estado natural de ignorância
Transformação fornece a barba, que envolve a cara a tapa
Adrenalina no sangue do vira lata, dilata, boca maior que a do primata
E a arma é só uma boca e a boca é só uma arma pra escrever a carta
Pra esquecer o lado primata, oprimido pela pata
Desse bicho que vos cala, não tem fala, só nos caça a dor
Disfarça o odor que passa, no conto sobre o confronto entre o caçador e a caça
Sai da pele desse cordeiro morto que tu carrega
Ve que o ponto fraco é a prata lá da casa da moeda
O olho brilha por comida e passa o dia na disputa
Rosnando pro inimigo independente da fase da lua
Vivendo e aprendendo, com resquícios desse ópio
E se continuar devendo, terás um terreno próprio
Não levará os ossos, o ardor é o valor do ócio
Morrer é um fator, deixe um pouco de amor ao próximo
[Verso 2 - Sampa]
A fera se liberta, sente dor mas ela vai
Lá fora, noite aberta e um escritor a mais
Maldição que vem do berço, meu passado aqui jaz
Visão que agradeço já não renego mais
Sei que o desconhecido, algum medo atrai
Admirei o objetivo, forte como bonsai
Acredito nesse filho, obrigação de pai
Acredito em mim mesmo mas sempre me cobro mais
Olhado de lado até mesmo por sua matilha
O lobo não pensa, vai em frente, corre e se atira
Dispara sem mira, sem alvo, somente acredita, visa
Em seu caminho, jornada que escolheu pra sua vida
Solto, guiado na noite pela pura luz da lua
Seu corpo alterado por essência, culpa ou loucura?
Personagem sem script, sem corte ele atua
Um filme curta metragem, com o cenário da rua
Faz sua ideologia, algo diferente a seguir
Sabedoria modifica e faz evoluir
Os caminhos são claros, escolha bem antes de ir
Seus destinos, seus atos, um novo eu nasce aqui
A mente é sua toca, os becos são sua selva
O uivo sua revolta, liberdade sua meta
O caçador é o sistema, sua caça o vencer
Sem choro, sem dilema, ou então é triste saber
[Ponte - Froid]
Ao nascer sem roupa e sem ideia
De pouco em pouco, lobo novo pra essa alcateia
Se todo mundo é lobo e o lobo é lobo do homem
O que era sapiens joga pedra, virou lobo é lobisomem
[Verso 3 - Yank]
Madrugada de lua cheia, atormentada com chuva
É sexta-feira negra com um tom de viúva
A sangue frio pelos becos ele uiva
Seus olhar doentio amarelado ofusca a pele ruiva
Criatura do mundão, na solidão ele vaga
Pela noite devolvendo pro mundão toda magoá
Armazenada que em seu coração foi injetada. programada
Registrada num sistema controlada
Estado de natureza que pra muitos é normal
Sobrevivem em meio ao paraíso artificial
O pé atrás é o pontapé inicial, pra te jogarem
Aqui na selva, playground de lobo mau
Mas não se entrega não, se liberta dessa hipnose
Você foi mais homem que lobo, antes dessa metamorfose
Um passado mal passado, eu sei que é duro
No presente, mas o que que cê pressente para o futuro?
Eu quero de presente o futuro que tenho em mente
E se tudo der certo, também estarei presente
Com a minha gente, lá na frente, vendo o quanto a gente cresce
Quando faz e acontece, corre sem parar pra fazer prece
O Lobisomem
Trem da Alegria
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô,ô, olha o lobisomem!
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô,ô, olha o lobisomem!(2x)
Naquela casa, mora um cara esquisito, que é de se estranhar, o pelo dele, vai crescendo, vai crescendo, em noites de luar.
Deu meia-noite, u,u
É sexta-feira, u,u
É lua cheia, u,u
E sai na rua pra assustar.(2x)
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô,ô, olha o lobisomem!
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô,ô, olha o lobisomem!
Durante o dia, ele cultiva muitas flores, só pra disfarçar, as suas unhas, já estão pra lá de grandes, e eu vou me mandar.
Deu meia-noite, u,u
É sexta-feira, u,u
É lua cheia, u,u
E sai na rua pra assustar.(2x)
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô,ô, olha o lobisomem!
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô,ô, olha o lobisomem!(2x)
Até que um dia, eu descobri, que ele não era assim tão mal,
Ele gostava de brincar, como se fosse carnaval, então saia pelas noites, quando a gente ia dormir, e até hoje ninguém sabe, seu segredo descobrir.
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O Saci-Pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.
Quando a meia-noite me encontrar, junto a você
Algo diferente vou sentir, vou precisar me esconder
Na sombra da lua cheia esse medo de ser
Um vampiro, um lobisomem, um saci-pererê
Um vampiro. um lobisomem, um saci-pererê) (bis)
Dona senhora esta lua cheia, meu corpo treme o que será de mim
E faço força pra resistir a toda essa tentação
Na sombra da lua cheia, esse medo de ser
Um vampiro, um lobisomem, um saci-pererê
Um vampiro. um lobisomem, um saci-pererê)(bis)
Quando a meia-noite me encontrar, junto a você
Algo diferente vou sentir, vou precisar me esconder
Na sombra da lua cheia esse medo de ser
Um vampiro, um lobisomem, um saci-pererê
Um vampiro. um lobisomem, um saci-pererê
Um vampiro, um lobisomem, um saci-pererê
Um vampiro. um lobisomem, um saci-pererê
Esperando quando a noite chegar
Ele quer brincar com fogo e sorrir
Quer montar no seu cavalo e brincar...
O fogareiro tá queimando no céu
Então o gorro fita o olho pro céu
Tanta gente que passa na mata
Lhe leva um presente...
É que o saci quer se divertir
Ele pula numa perna só
Da estrada eu já ouço o assovio
E o coração fica na mão
Ser amigo é o que fica melhor
O muleque nunca vai te dar nó...
Vem daqui, vem de lá ventania
Pererê, sacizar...
O saci-pererê, pererê
O saci-pererê, sacizar
O saci-pererê, pererê
O saci-pererê quer brincar
O saci-pererê, pererê
O saci-pererê, sacizar
O saci-pererê, pererê
O saci-pererê atiçar...
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A Mula Sem Cabeça
Lenine
Saiu de madrugada
Os cascos na calçada
Quem tava adormecida, escutou
A noite enluarada
Cruzou em disparada
O lago onde a sereia se banhou
Correu a noite inteira
Ergueu tanta poeira
Perdeu-se nos caminhos de sertão
Ouviu atrás do morro
Latidos de cachorro
E o grito de um jaguar na escuridão
O céu, as estrelas
Ouviam meu fado
Passei num roçado
Cheguei num capim
Maria fumaça
Com olhos de fogo
Passou a dois metros, gritando pra mim
Subi no véu da cachoeira
Bebi a chuva que caiu
Tirei fagulhas nos lajedos
Cruzei parede que se abriu
Montanhas escondidas
Veredas tão compridas
E a boca do abismo a esperar
Tropel na encruzilhada
Canção mal assombrada
Corujas com seus olhos de luar
O céu, as estrelas
Ouviam meu fado
Passei num roçado
Cheguei num capim
Maria fumaça
Com olhos de fogo
Passou a dois metros, gritando pra mim.
Mula Sem Cabeça
Detonator
Ela era uma moça bonita demais
Gatinha
Se ela me desse mole eu pegava
Mas ela tava afim de outro rapaz
Que merda
Preste muita atenção que daqui a pouco eu volto
Se liga no solo
Ele tinha um sotaque esquisito demais
Meio italiano
Vivia na igreja e tinha um saco de hóstias
Ela disse "Eu te amo"
Ele disse "Sua mula, eu sou padre"
Ela disse "Que se dane" e deu-lhe uma "patolada"
E o padre então falou: "Demorou!"
Yeah!
Toda noite de lua cheia de quinta pra sexta
A moça bonita se transforma em uma besta
Essa é a maldição da mula sem cabeça
Mula sem cabeça
Mula sem cabeça não se esqueça
Fale com sua prima
Fale com sua irmã
Quem namora padre é mula sem cabeça
Lá vai ela cavalgando sem rumo e sem cabeça
Pegando fogo, assuntando os outros, ai que meda!
Mula sem cabeça
Mula sem cabeça
Mula sem cabeça, não se esqueça
Fale com sua mãe
Fale com sua avó
Quem dá pro padre é mula sem cabeça
Essa maldição é tipo assim
Doido ou coitado, ela não tem fim
Então se você acha gato o padre Fábio de Melo
Se coçar a "periquita", saia correndo, saia de perto
Não seja você também uma mula sem cabeça
Mula sem cabeça
Mula sem cabeça, não se esqueça
Fale com sua mãe
Fale com sua avó
Quem dá pro padre é mula sem cabeça
Aaaaaaaaahh, que medo!
https://www.ouvirmusica.com.br/tatiana-rocha/368692/
Mula-sem-cabeça
Tatiana Rocha
Eu vi a mula sem cabeça passar
Eu vi a mula sem cabeça passar
É meia noite o sol já se deitou
E lá no meio do campo se avistou
Um fogaréu correndo de lado a lado
Era a mula-sem-cabeça que tinha acordado
Fiquei com medo minha perna até tremeu
Saí correndo e o cansaço me venceu
Caí no chão e vi passando ao lado
Era a mula-sem-cabeça que tinha acordado
Da Lenda da Mula Sem Cabeça
Cícero Billy Alves
E as pedras foram tantas
Que o povo atirou em madalena
Tão moça e bela
O povo matou!
Tem uma cruz de madeira
Duas achas de aroeira
Bem na beira do caminho
E, ao lado, uma tapera
Que um dia fora capela
Mas de amor também ninho
"Madalena!"
Brada um velho padre louco
"Quem traçou nosso destino?"
"Madalena!"
Um eco louco enlutado
Na capela do divino
Tem missa pra madalena
Mas em vão apela o sino
E todo mundo sossegou
Depois que moça morreu
Porque a assombração
A besta desapareceu
E o povo diz que era madalena
Era madalena!
O CURUPIRA
( Lendas Brasileiras )
O CURUPIRA
Max Viana
Dizem que mora na floresta
Um ser um tanto assustador
Uns dizem que ele é mal
E outros dizem que ele é o protetor
Aparecia estranha, cabeleira ruiva E anão
Calcanhar pra frente,
As pegadas ao contrário pelo chão
Faz trato com quem lhe dá fumo ou pinga
Um grito perfeito só para atrair caçadores
E é melhor você não ir se não
Curupura vai te pegar
Se você não respeitar, a floresta
Curupira
Detonator
Curupira
Os mano pira, as mina pira, todo mundo pira
Todo mundo pira com o curupira
Os mano pira, as mina pira com o curupira
O meu avô, a minha avó, o meu papai, o Deus Metal
Falo que ele é legal
Os mano pira, as mina pira, todo mundo pira
Todo mundo pira com o curupira
Cabelinho de fogo
Pezinhos virados pra trás
Cuidado com esse garoto
Pior que o satanás
Curupira
Se você for pro mato
Fazer parada errada
Cuidado com o cu
Curupira
Se for para a floresta
Fazer o que não presta
Cuidado com o cu
Curupira
O Deus Metal protege o curupira
Os mano pira, as mina pira, todo mundo pira
Todo mundo pira com o curupira
Os mano pira, as mina pira com o curupira
Os mano pira, as mina pira, todo mundo pira
Todo mundo pira com o curupira
O meu vô, a minha avó, o meu papai, o Deus Metal
Falou que ele é legal
Cabelinho de fogo
Pezinhos virados pra trás
Cuidado com esse garoto
Pior que o satanás
Curupira
Se você for pro mato
Fazer parada errada
Cuidado com o cu
Curupira
Se for para a floresta
Fazer o que não presta
Cuidado com o cu
Curupira
Curupira
Boi Garantido
Meus olhos e cabelos encandeiam fogo fátuo
Meus pés invertidos levam a labirintos
Sou cria de bicho folharal e mãe do mato
Sou curupira, sou ilusionista
Sou curumim gerado em bicho
Sou a entidade protetora da floresta
Sou a metamorfose de lendas e quimeras
Sou cobra grande, anhangá
Sou boto e mapinguari
Macunaíma, poronominare
Juma e jurupari
Sou curupira!
Quando os bichos procriam, quando as árvores florescem
Montado num dorso de um tocorimé
Eu venho com todas as feras da selva
Ao som da cantoria da yara mãe d'água
Eu venho caçar caçadores
Eu venho punir predadores
Sou aquele que apavora
O devaneio do invasor
Sou o medo, a hipnose, o pesadelo, o terror dos perdidos
Curupira
Curupira
Guardião da vida
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Curupira
Waldemar Henrique
Já andei três dias e três noites pelo mato
Sem parar
E no meu caminho não encontrei nenhuma
Caça pra matar
Só escuto pela frente pelo lado o Curupira
Me chamar
Ora aqui, ora ali, se escondendo sem
Parar num só lugar
Por esse danado muitas vezes me perdi
Na caminhada
E nem padre nosso me livrou desse
Danado da estrada
Curupira feiticeiro
Sai de trás do castanheiro
Pula pra frente
Defronta com a gente
Negrinho covarde matreiro
Deixa o caboclo passar
*** ****************************************************
Curupira
Cagério de Souza
Curupira
Menino peludo
Pelado na mata
Tem os pés pra trás
Quando a gente pensa que ele vem
Com o cabelo de fogo,
Agora é que ele vai
Curupira, curupira
Protege a floresta
As águas, as matas
E os animais
Curupira, curupira
Pézinho pra trás
Não sei de onde vens
Nem pra onde tu vais
Curupira
Com seus dentes verdes
Grita, assovia
Só pra enganar
Curupira
Quem sai pra caçar
Quem destrói as florestas
Não deixa ficar
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Curupira – Luiz Salgado
O curupira
Parece até mentira
É um menino que tem
Os pés virados pra trás
Protetor da fauna e da flora
Curupira se transforma
Em vários animais
Ele é muito veloz
É rapidinho
Montado em seu porco espinho
Defende toda a floresta
Caçadores, lenhadores
De medo, sentem um arrepio
Quando ouvem o assovio
Que o curupira solta
Saem correndo, ninguém volta
Mas que beleza
A natureza é salva pelo curupira
************************************************
Boitatá
Alceu Valença
No breu da noite
Eu vi o boitatá
Que só tinha um olho
E outro pegando fogo
E o olhar daquele estouro
Era um farol pra clarear
No breu da noite
Eu vi o boitatá
Que protege fauna e flora
Seu olhar é uma bola
Menino, velha e senhora
cuidado com o Boitatá
O boitatá tem dias que esquece
Fica louco lá do oeste
E começa a incendiar
Os campos verdes
Que ele mesmo protege
Não deixe que ele lhe pegue
Fique parado, onde está
**************************************
um brilho no rio
em noite escura é fogo fátuo
gênio protetor dos campos e das águas
cobra grande, boiaçú
boiúna, boiúna, sucurijú
a fera que surge do nada
corre no corpo o arrepio
o sangue nas veias fica frio
o fogo que a água não apaga
um facho de luz ilumina a escuridão
seus olhos de fogo incandeiam
tapando furos, singrando rios
a dona da noite à boca da noite
a dona da noite vai chegar
boitatá, boitatá
fogo no ar, fogo no ar
cobra de fogo, boiaçú
boiúna flutua
******************************************************
Boitatá
Boi Caprichoso
Um brilho no rio
Em noite escura
É fogo fátuo
Gênio protetor dos campos
E das águas
Cobra grande
Boiaçú
Boiúna, boiúna
Sucurijú
A fera que surge do nada
Corre no corpo o arrepio
O sangue nas veias fica frio
Um fogo que água não apaga
Um facho de luz ilumina a escuridão
Seus olhos de fogo incandeiam
Tapando os furos
Singrando os rios
A dona da noite
A boca da noite
A dona da noite
Vai chegar
Boitatá, boitatá
Fogo no ar, fogo no ar
Cobra de fogo
Boiaçú
Boiúna flutua
Boitatá, boitatá
Fogo no ar, fogo no ar
Cobra de fogo
Boiaçú
Boiúna flutua
*************************************************
Boitatá
Detonator
Boitatá
Vingador da floresta
Olha lá
Vai começar a festa
Cobra flamejante de seis metros
Pega quem desmata a mata
Taca fogo e arranca o olho
Não importa onde ocê tá
No Acre ou no Paraná
O boitatá vai te pegar
Eu pedi
Para o Deus Metal
Um boitatá
De presente de natal
Pra pegar todos os cabras
Pervertidos safadões
Que odeiam o Heavy Metal
Vem comigo, meu amigo
Metaleiros, vamos lá
Vem lutar com o boitatá!
Boitatá, boitatá!
Quem queimar vai queimar!
Boitatá, boitatá!
Quem queimar vai queimar!
Ei! Você aí
Safado lanfranhudo
Que gosta de queimar
A rosca, o filme dos outros
As matas
Ou maconha
Cuidado! Muito cuidado
Senão o meu amigo
O boitatá
Vai te pegar
Vai arrancar teus olhos
Depois vai te queimar!
Cobra flamejante de seis metros
Pega quem desmata a mata
Taca fogo e arranca o olho
Vem comigo, meu amigo
Metaleiros, vamos lá
Vem lutar com o boitatá!
Boitatá, boitatá!
Quem queimar vai queimar!
Boitatá, boitatá!
Quem queimar vai queimar!
*******************************************************
Boitatá
Molodoys
Boitatá, Boitatá, Boitatá, Boitatá
Boitatá, Boitatá, Boitatá, Boitatá
Boitatá, Boitatá, Boitatá, Boitatá
Lá se vai a Boitatá
Ela só quer achar
Sua amada que há muito se foi
Ela procura e chama à beça
Por sua linda floresta
Mas está sumiu em meio ao aço em nome da pedra
A Boitatá vai procurando sem achar
Por isso há chama em seu olhar
Por isso há chama em seu olhar
Por isso ela chama em seu olhar
Por isso ela chama em seu olhar
Por isso a chama em seu olhar
Por isso a chama em seu olhar
Por isso há chamas em seu olhar
Por isso há chamas em seu olhar
Por isso ela chama até sua chama se apagar
(Boitatá, Boitatá, Boitatá)
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LENDA DO BOITATÁ
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Grupo Pererê
Boitatá, A Cobra De Fogo
Numa noite sem fim
choveu sem parar
e a grande boiguaçu
do dilúvio escapou
Nesta noite sem fim
quando a chuva passou
a faminta boiguaçu
muitos olhos devorou
Olha lá quem vem lá
boitatá, boitatá
olha lá quem vem lá
boitatá vai te pegar(bis)
Tanta luz que comeu
tantos olhos a brilhar
boiguaçu se iluminou
já não é mais comum
transformou-se em bitatá
E a brilhante boitatá
não parava de comer
comeu tanto brilho e luz
que chegou a rebentar
E o céu se transformou
e o dia clareou
boitatá renasceu
para os homens assustar
Olha lá quem vem lá
boitatá, boitatá
olha lá quem vem lá
boitatá vai te pegar(bis)
Se você encontrar
essa cobra de luz
pare de respirar
feche os olhos
(se não ela vai te pegar)
e a deixe passar
Olha lá quem vem lá
boitatá, boitatá
olha lá quem vem lá
boitatá vai te pegar(bis)
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O Bôto
Tom Jobim
Na praia de dentro tem areia
Na praia de fora tem o mar
Um bôto casado com sereia
Navega num rio pelo mar
O corpo de um bicho deu na praia
E a alma perdida quer voltar
Caranguejo conversa com arraia
Marcando a viagem pelo ar
Ainda ontem vim de lá do Pilar
Ainda ontem vim de lá do Pilar
Já tô com vontade de ir por aí
Ontem vim de lá do Pilar
Ontem vim de lá do Pilar
Com vontade de ir por aí
Na ilha deserta o sol desmaia
Do alto do morro vê-se o mar
Papagaio discute com jandaia
Se o homem foi feito pra voar
Cristina, Cristina
Cristina, Cristina
Desperta, desperta
Desperta, desperta
Vem cá
Inhambu cantou lá na floresta
E o velho jereba fêz-se ao ar
Sapo querendo entrar na festa
Viola pesada pra voar
Ainda ontem etc...
Ontem vim etc...
Camiranga urubu mestre do vento
Urubu caçador mestre do ar
Urutau cantando num lamento
Pra lua redonda navegar
Ainda ontem etc...
Ontem vim etc...
ah - ah
Na enseada negra vista em sonho
Dorme um veleiro sobre o mar
No espelho das aguas refletido
Navega um veleiro pelo ar
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Lendas Brasileiras ( imagem )
Toni Garrido
Fantasia De Água Cristalina
Qualquer menina bonita
Algum sorriso prejeiro
Ou mesmo um leve gingado
Um toque, um cheiro...
Pode ser de menina levada
Até de menina tranquila
Até de menina engraçada
Ou aquela que for a mais linda!
Eu não resisto, é muito encanto
E toda essa luz e a natureza pra mim!
Preciso de uma noiva
Que me faça companhia
E é por amor, não covardia...
Qualquer menina bonita
Algum sorriso prejeiro
Ou mesmo um leve gingado
Um toque, um cheiro...
Pode ser de menina levada
Até de menina tranquila
Até de menina engraçada
Ou aquela que for a mais linda!
Eu não resisto, é muito encanto
E toda essa luz e a natureza pra mim!
Eu não resisto, é muito encanto
E toda essa luz e a natureza pra mim!
Preciso de uma noiva
Que me faça companhia
Pode ser qualquer moça
Tem que ser a mais linda...
Pais e mães procuram saber
Dos seus filhos
Casados como devem ser
Com filhos...
Em toda a minha vida
O que quero é ser feliz
Na minha fantasia de água cristalina
Da menina que me olha
Da menina que me quer
Nada mais me importa...
***************************************************
Boto Namorador
Dona Onete
Onde é que boto mora?
Mora nos rios, mora no mar
Onde é que boto mora?
Mora nos rios, mora no mar
Boto faz o seu bailado
Nas águas de preamar
Boto faz o seu bailado
Nas águas de preamar
Na hora da maresia
Boto faz fuá, fuá
Na hora da maresia
Boto faz fuá, fuá
Contam que um moço bonito
Saltava pra namorar
Contam que um moço bonito
Saltava para dançar
Todo vestido de branco
Pra dançar com a cabocla Sinhá
Todo vestido de branco
Pra dançar com a cabocla Iaiá
Todo vestido de branco
Pra dançar com a cabocla Mariá
Foi lenda bonita que alguém me contou
Do boto pintado namorador
Foi lenda bonita que alguém me contou
Do boto pintado namorador
Que saltava pra namorar
Das águas do Maiuatá
Saltava para dançar
Das águas do Maiuatá
Que saltava pra namorar
Das águas do Maiuatá
Pescador, pescador
Joga a rede
Para borquear
Pescador, pescador
Joga a rede
Para borquear
Nas águas do Anapu
Nás águas do Pindobal
Tem um boto dentro da rede
Fazendo fuá, fuá
Tem boto cercando a gente
Fazendo fuá fuá
Mas é boto namorador
Das águas do Maiuatá
Mas é boto namorador
Das águas do Maiuatá
Boto namorador
Das águas do Maiuatá
Mas é boto namorador
Das águas do Maiuatá
Onde é que boto mora?
Mora nos rios, mora no mar
Onde é que boto mora?
Mora nos rios, mora no mar
Boto faz o seu bailado
Nas águas de preamar
Boto faz o seu bailado
Nas águas de preamar
Na hora da maresia
Boto faz fuá, fuá
Na hora da maresia
Boto faz fuá, fuá
Na hora da maresia
Boto faz fuá, fuá
Na hora da maresia
Boto faz fuá, fuá
Mas é boto namorador
Das águas do Maiuatá
Mas é boto namorador
Das águas do Maiuatá
Boto namorador
Das águas do Maiuatá
Mas é boto namorador
Das águas do Maiuatá
*****************************************
Boto
Detonator e As Musas do Metal
Moça bonita se liga no que eu vou falar
De noite, na noite, na festa, no show ou no bar
Se aparecer um cara
Um cara de terno branco cantando
Esse cara sou eu
Não é o Roberto Carlos
Ele nunca sai de casa
É o Boto e você se meteu
Nas garras do
Boto, Boto, Boto
Golfinho "transudo"
Boto, Boto, Boto
Quer engravidar todo mundo
O Boto
É um golfinho
Assanhado
Que é safadão
De noite
Se transforma
Em humano
Fica bonitão
Se aparecer um cara
Um cara de terno branco
Dançando latino e sensual
Ele não é o Latino
Ele é feio pra diabo
É o boto e você se deu mal
Nas garras do
Boto, Boto, Boto
Vem fazer neném
Boto, Boto, Boto
Cuidado, cuidado meu bem
[Solo]
Papai, namorado ou marido
Prestem atenção
Se sua menininha
Querida do coração
Aparecer de repente
Grávida de 9 meses
Faça o que eu vou falar
Foi o Boto meu amigo
Fale com a vizinhança
Todos vão acreditar
Boto, Boto, Boto
Golfinho? transudo?
Boto, Boto, Boto
Quer engravidar todo mundo
Esse cara sou eu
*********************************************************************************
O Boto
Banda Nova
Diz a lenda da minha terra
Boto rosa que se encantou
Pra buscar mulher bonita
que por ele se apaixonou
Quando era noite de lua cheia,
ele saiu a passear
pra encontrar com a cabocla
mais bonita do lugar
encontrar com a cabocla,
a mais bonita do lugar
Diz a lenda da minha terra
Boto rosa que se encantou
Pra buscar mulher bonita
que por ele se apaixonou
Quando era noite de lua cheia,
ele saiu a passear
pra encontrar com a cabocla
mais bonita do lugar
encontrar com a cabocla,
a mais bonita do lugar
Ele levou ela pra beira do mar
Dizem que até fez amor à luz do luar
Ele levou ela pra beira do mar
Dizem que até fez amor à luz do luar
Diz a lenda da minha terra
Boto rosa que se encantou
Pra buscar mulher bonita
que por ele se apaixonou
Quando era noite de lua cheia,
ele saiu a passear
pra encontrar com a cabocla
mais bonita do lugar
encontrar com a cabocla,
a mais bonita do lugar
Ele levou ela pra beira do mar
Dizem que até fez amor à luz do luar
Ele levou ela pra beira do mar
Dizem que até fez amor à luz do luar
Ele levou ela pra beira do mar
Dizem que até fez amor à luz do luar
Ele levou ela pra beira do mar
Dizem que até fez amor à luz do luar
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O Boto Rosa
Xuxa
Álbum: O Boto Rosa
Ele vive na Amazônia Nas águas do Rio Negro Boto rosa, quem não sonha Descobrir o teu segredo Dizem que ele todo prosa Já foi moço de chapéu Já foi moça bem formosa Escondida atrás do véu Eo eo boto rosa Eo eo é uma lenda de amor Eo eo boto rosa Eo eo Deixa ele viver pescador O mais velho dos golfinhos Faz sorrir quem ele quer Nas águas do seu caminho Na magia do seu balé Mas o homem sem piedade Na covardia da matança Fez o boto morrer, que maldade Inocente feito uma criança Eo eo boto rosa Eo eo é uma lenda de amor Eo eo boto rosa Eo eo deixa ele viver pescador.
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Olho de Boto
Nilson Chaves
E tu ficaste serena
Nas entrelinhas dos sonhos
Nos escaninhos do riso
Olhando pra nós escondida
Com os teus olhos de rio
Viestes feito um gaiola
Engravidado de redes
Aportando nos trapiches
Do dia a dia e memória
Com os teus sonhos de rio
E ficaste defendida
Com todas as suas letras
Entre cartas e surpresas
Recírio, chuva e tristeza
Vês o pesa da tua falta
Nas velas e barcos parados
Encalhados na saudade
De Val-de-cans ao Guamá
Porto de sal das lembranças
Das velhas palhas trançadas
Na rede de um outro riso
Às margens de outra cidade
Ah, os teus sonhos de rio!
Olho de boto
No fundo dos olhos
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Do berrante imitando o trovão
Da boiada debaixo do sol
Nos caminhos gerais do sertão
Das estrelas a noite de luar
Capelobo na mata azul
Do arroz,com pequi do ingá
Dos amigos de fé da minha terra
Minha terra de Ribeirão das caldas
De olho d´gua magia e procissão
De congada do meu chapeu de palha
Desse amor natural do coração
Quando mãe traz noticias de lá
A vontade é de voltar pra ficar
Me abençoa o céu de acuã
De ripina e pinhé num pé de serra
Minha serra de ouro e dor dourada
Quanta tristeza nas tardes do sertão
Que a noite transforma em serenata
Cantoria que afasta solidão
O meu peito goiano é assim
De saudade brejeira sem fim
Quando gosto,ele diz "que trem bão!"
Quando canta a vida é paixão
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Capoeira
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